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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pais Jorge desmentido pelo próprio currículo

No currículo do recém-nomeado secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, consta que, em 2005, foi designado SCO (Senior Credit Officer) do Citigroup. Apesar de o banco não esclarecer, ao Diário de Notícias, o que faz alguém nestas funções, explica que a entidade bancária “opera exclusivamente em negócios com clientes institucionais”. Assim, cai por terra o argumento de Pais Jorge ao demarcar-se de possíveis comprometimentos no caso dos swaps.
No final da semana passada, marcada pela polémica dos swaps, o novo secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, esclareceu que enquanto gestor do Citigroup (um dos bancos envolvidos na celebração destes contratos por empresas públicas) não teve “responsabilidades na concepção, elaboração ou negociação de produtos derivados”, assegurando que tinha apenas como função “a relação com os clientes”.

Mas é neste último ponto que existe uma contradição, assinala hoje o Diário de Notícias (DN). Em 2005, ano em que várias propostas de swaps foram apresentadas ao Governo português pelo Citigroup, Pais Jorge era SCO (Senior Credit Officer) do banco, revela o seu currículo.

Apesar de a entidade bancária não esclarecer o que faz alguém nestas funções, no site do Citigroup pode ler-se que o banco “opera exclusivamente em negócios com clientes institucionais” e que “tem uma relação/compromisso fortes com entidades governamentais e do sector público”, apresentando-se como “um dos market makers de topo e fornecedor de liquidez no mercado de dívida pública portuguesa”.

O que permite concluir, e o próprio banco confirma, que Pais Jorge lidou directamente com “entidades governamentais e do sector público”, enquanto SCO do Citigroup.

Ainda assim, o actual secretário de Estado negou qualquer envolvimento na elaboração de propostas apresentadas ao Governo português, assegurando que o seu cargo permitia que tal sucedesse.

O mesmo foi confirmado, no sábado passado pelo Ministério das Finanças ao DN, frisando que “existia uma equipa de pessoas, em Londres” que podia “formalmente conceber os produtos e respectivas apresentações, agendar reuniões e, se fosse caso disso, aprová-las e contrata-las, sem qualquer contacto com as pessoas da sucursal”.
N. M.

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