No currículo do recém-nomeado secretário de Estado do
Tesouro, Joaquim Pais Jorge, consta que, em 2005, foi designado SCO (Senior
Credit Officer) do Citigroup. Apesar de o banco não esclarecer, ao Diário de
Notícias, o que faz alguém nestas funções, explica que a entidade bancária
“opera exclusivamente em negócios com clientes institucionais”. Assim, cai por
terra o argumento de Pais Jorge ao demarcar-se de possíveis comprometimentos no
caso dos swaps.
No final da semana passada, marcada
pela polémica dos swaps, o novo secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais
Jorge, esclareceu que enquanto gestor do Citigroup (um dos bancos envolvidos na
celebração destes contratos por empresas públicas) não teve “responsabilidades
na concepção, elaboração ou negociação de produtos derivados”, assegurando que
tinha apenas como função “a relação com os clientes”.
Mas é neste último ponto que existe uma
contradição, assinala hoje o Diário de Notícias (DN). Em 2005, ano em que
várias propostas de swaps foram apresentadas ao Governo português pelo
Citigroup, Pais Jorge era SCO (Senior Credit Officer) do banco, revela o seu
currículo.
Apesar de a entidade bancária não
esclarecer o que faz alguém nestas funções, no site do Citigroup pode ler-se
que o banco “opera exclusivamente em negócios com clientes institucionais” e
que “tem uma relação/compromisso fortes com entidades governamentais e do
sector público”, apresentando-se como “um dos market makers de topo e
fornecedor de liquidez no mercado de dívida pública portuguesa”.
O que permite concluir, e o próprio
banco confirma, que Pais Jorge lidou directamente com “entidades governamentais
e do sector público”, enquanto SCO do Citigroup.
Ainda assim, o actual secretário de
Estado negou qualquer envolvimento na elaboração de propostas apresentadas ao
Governo português, assegurando que o seu cargo permitia que tal sucedesse.
O mesmo foi confirmado, no sábado
passado pelo Ministério das Finanças ao DN, frisando que “existia uma equipa de
pessoas, em Londres” que podia “formalmente conceber os produtos e respectivas
apresentações, agendar reuniões e, se fosse caso disso, aprová-las e
contrata-las, sem qualquer contacto com as pessoas da sucursal”.
N. M.
Sem comentários:
Enviar um comentário