Gosto muito da moderna linguagem usada quer
por políticos quer seus apaniguados ou membros do governo.
Por exemplo, já se manipulam documentos
relativos aos “swaps”, embora os discursos do secretário de Estado Joaquim Pais
Jorge (JPJ) estivessem repletos de “inconsistências”, talvez “inverdades” ou
mesmo mentiras.
Agora, após terem prometido dar explicações
públicas até ao fim do dia de ontem, como que por magia, surgem as manipulações
do documento e metem-se ao bolso as tais “inconsistências”.
E, de imediato se recorre ao “expediente” da
manipulação, dando-se ares de virgens ofendidas, afirmando o “insustentável”,
na desesperada tentativa de lançar ainda mais poeira os olhos da opinião pública,
pois de modo algum convém, de momento e quando se apresentaram as candidaturas
às autárquicas.
Ou seja: “podemos dormir descansados”, pois o
secretário de Estado está inocente, a ministra também, assim como toda a
elencagem do governo, cujo líder se cobre agora com uma “manta rota”, de tão
poupado que é.
Nos áureos tempos da ditadura e da Pide,
surgiam documentos acusatórios de actividades subversivas, dactilografados e
com um rabisco como assinatura, e os visados eram detidos e enjaulados nas cadeias
daquela polícia, sujeitos a tratamentos VIP, os juízes colaboravam com o
regime, os tribunais eram verdadeiras flores no roseiral então existente.
PJP só podia ser inocentado, como o documento
só podia ser declarado manipulado.
Sou português de boa estirpe, lutei pelo meu
país, nele vivo há muitos anos e nunca vi, apesar de tudo, mentalidades tão
inventivas como aquelas que, de lá de cima,
do poleiro, pretendem “espetar-nos todas as milongadas” pra poderem
manter-se no poleiro impunemente.
Segundo as informações, as tais manipuladas
contidas no documento também manipulado, e pesar de todas as “inconsistências
verbais”, a falta de memória, verdadeira amnésia do “senhor” JPJ, e na
pretensão de imputar as culpas aos dirigentes do maior partido da oposição, o
PS, que ainda se dá ao trabalho de dialogar com semelhantes “ideólogos”, julgam
e sentenciam a manipulação documental, mas não se importam com o estado da
memória recente do único visado.
Entretanto, ou o PS acorda ou lhes cai nas
mãos, porque as campanhas já começaram, como se vê, tendo por único fim “virar
o bico ao prego”.
A coisa, ou as coisas, ter-se-ão passado em
2005, mas “o homem” em causa, desde há oito anos, nem se lembra já se esteve ou
não presente na reunião enquanto membro do Citygrupo, como vendedor da “banha
da cobra” sob a designação de “swap” para camuflar a dívida pública nacional.
Também aqueles implicados, hipoteticamente implicados
no caso do BPN de nada se recordavam, ou de muito pouco, sem que a justiça ou
algum deputado da comissão de inquérito se tivesse lembrado de recorrer ao
único meio de se averiguar correctamente se existia ou não a amnésia que
anunciavam.
O que é facto, é que devido aos roubos que lá
se fizeram, estamos todos de tanga, para alguns até a tanga já se foi e os
actuais governantes continuam, isso sim, a roubar-nos de forma constante.
Quem tenta maquilhar as contas públicas
perante Bruxelas, aos olhos da cidadania, não passa de um grande aldrabão capz
de tudo e de mais alguma coisa.
Será que o seu comportamento se deve “às tais
inconsistências?” Ou dever-se-á à amnésia que subitamente dele se apoderou?
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