O PS recusou hoje o "racionamento de
medicamentos", considerando que não se pode travar a aquisição de novos
remédios pelos hospitais apenas porque são caros.
"Há uma linha vermelha que o PS nunca deixará
ultrapassar não se pode admitir o racionamento de medicamentos na área e muito
menos de medicamentos na área de oncologia para o cancro", afirmou o
secretário nacional do PS para a área da saúde, Álvaro Beleza, em declarações à
Lusa.
O Diário de Notícias noticia hoje que a Ordem dos
Médicos (OM) pediu explicações ao Ministério da Saúde sobre uma alegada recusa
dos três Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) - Lisboa, Porto e Coimbra -
em fornecer medicamentos inovadores a doentes com cancro, nomeadamente a
abiraterona, para o cancro da próstata.
O bastonário acusa mesmo a tutela de estar a atrasar
artificialmente a aprovação deste medicamento com a decisão da comparticipação.
No entanto, em comunicado, a tutela esclarece que não
é o Ministério, mas sim a Comissão de Farmácia e Terapêutica, quem define quais
os medicamentos a adotar e sublinha que nesta comissão "participam os
melhores especialistas do país".
Considerando que o esclarecimento do ministério da
Saúde "não satisfaz", Álvaro Beleza disse que poderá existir "um
problema de chamado veto de gaveta".
"Tem que haver racionalidade, os hospitais não
podem comprar todos os medicamentos que entretanto aparecem por pressão da
industria, tem que haver critérios objetivos, científicos de aprovação dos
novos medicamentos", defendendo.
Mas, por outro lado, continuou, "não se pode
também travar essa entrada porque são medicamentos caros quando eles de facto
são eficazes".
"Está-se a desequilibrar a balança no sentido de
racionar e isso é inadmissível, inadmissível", salientou, fazendo votos
para que o "bom senso e sentido de humanidade" do ministro possa
levar à resolução do problema de forma adequada.
"Acho que há uma orientação no sentido de
critérios economicistas a todo o custo e é preciso ter bom senso e sentido de
equilíbrio", insistiu, sublinhando que apesar de terem de existir
poupanças no sistema de saúde, essas poupanças não podem ser feitas no
tratamento dos doentes.
Lusa / SOL
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