Na sua ânsia de tudo dar aos capitalistas, de
tudo lhes permitir, fabricam leis imorais, que lesam gravemente uma esmagadora
parte da sociedade, população mais pobre e carente.
Pessoas que já se limitam a existir,
cumprindo as leis de Deus, que parece ter-se esquecido delas, chegando mesmo
alguns a pensar se também Ele se converteu ao capitalismo selvagem e imoral que
cresce a cada dia que passa em Portugal.
Pode ler-se na Constituição que todo o
cidadão tem direito a uma habitação condigna, a alimentação e à saúde
tendencialmente gratuita; pois bem, como pode um governo acéfalo permitir que
os donos de casas que, em muitos casos preferem deixar degradar completamente
que arrendá-las a baixo custo para os inquilinos possíveis.
No caso da Saúde, apesar das taxas
moderadoras que são, como bem se sabe, totalmente o inverso, apresentam défices
vergonhosos, afirmando que já vêm de “longe”, sabendo-se que esse longe se faz
cada vez mais perto, mais próximo; retiram a comparticipação na aquisição de
medicamentos, o que faz com que grande parte da população diabética e com
doenças cardíacas, entre outras, deixe ficar na farmácia a maioria do que é
receitado, por não possuir possibilidades para mandar “aviar” a recita na sua
totalidade.
No caso das rendas, mesmo que “os palácios
arrendados” sejam dentro desses antros sociais chamados “ilhas”, sejam
arrendados por quantias astronómicas, rondando os 120 euros mensais, sem
condições de salobridade, onde nem existem quartos de banho a não ser os
colectivos, exclusivamente paras necessidades fisiológicas, em que as pessoas
se banham por partes em bacias plásticas, gastando energia ou gás no aquecimento
da água.
Depois, surgem também os pomposamente
designados “bairros sociais”, que mais não são que ilhas ao alto, onde se
encontram misturadas várias “culturas”, sendo a dominante a do tráfico de
drogas e outros..., onde grassa a prostituição e a miséria humana sob todas as
formas.
Curiosamente, sempre que se aproximam
eleições, surgem os belos discursos, do género “comigo, ou connosco, as pessoas
estão primeiro!”
E é verdade, embora sejam outras as pessoas
que as mais pobres e carentes.
Não sei se já alguém reparou que existem
sempre “cafés” e tascas junto aos tais ditos bairros sociais, cujos
proprietários enchem os bolsos em pouco tempo. Nalguns casos trata-se dos
intermediários entre vendedores e consumidores do mercado negro, aos quais ou
para os quais não existam nem sombras de polícia, tratando-se de locais onde se
indicam os traficaantes de tudo quanto renda bons dividendos, inclusive armas
consideradas de guerra.
Mas, cumprem-se as reuniões das Assembleias
Municipais ou de Freguesia, e se alguém aflora o assunto, logo lhe respondem
que “isso não consta da ordem de trabalhos”.
Todavia, mais tarde, e unicamente por
interesses instalados, mandam demolir este ou aquele “bairro social”
supostamente porque ali se traficavam drogas, sabendo-se perfeitmente ser
unicamente par a construção de vivendas de luxo, passado o tempo de “nojo”
suficiente para que a memória do povo se amaine, se apague…
E, para melhor poder concentrar o poder de
quem dirige a autarquia – Junta de Freguesia – começa a falar-se e depois
concretiza-se a extinção de freguesias, ligando-as a outras e o negócio que
deveria ser extinto, alastra cada vez mais e com menos concorrência.
Chegado o momento, dão entrada na Câmara os
projectos de condomínios de luxo e fechados, e os pobres são amontoados em
barracas ou nesses bairros sociais cujas rendas são exorbitantes também.
Mas, como os “blocos” receberam uma simples
caiadela, à qual chamaram requalificação do bairro, mantendo-se o seu interior
em ruínas, apresentando facturas que excedem em muitos “milhares” o que
realmente foi gasto.
Venham senhores, conhecer o país das mil e
uma maravilhas, que dá pelo nome de Portugal.
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