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domingo, 4 de agosto de 2013

«A INDIGÊNCIA DOS POLÍTICOS»

Na sua ânsia de tudo dar aos capitalistas, de tudo lhes permitir, fabricam leis imorais, que lesam gravemente uma esmagadora parte da sociedade, população mais pobre e carente.

Pessoas que já se limitam a existir, cumprindo as leis de Deus, que parece ter-se esquecido delas, chegando mesmo alguns a pensar se também Ele se converteu ao capitalismo selvagem e imoral que cresce a cada dia que passa em Portugal.

Pode ler-se na Constituição que todo o cidadão tem direito a uma habitação condigna, a alimentação e à saúde tendencialmente gratuita; pois bem, como pode um governo acéfalo permitir que os donos de casas que, em muitos casos preferem deixar degradar completamente que arrendá-las a baixo custo para os inquilinos possíveis.

No caso da Saúde, apesar das taxas moderadoras que são, como bem se sabe, totalmente o inverso, apresentam défices vergonhosos, afirmando que já vêm de “longe”, sabendo-se que esse longe se faz cada vez mais perto, mais próximo; retiram a comparticipação na aquisição de medicamentos, o que faz com que grande parte da população diabética e com doenças cardíacas, entre outras, deixe ficar na farmácia a maioria do que é receitado, por não possuir possibilidades para mandar “aviar” a recita na sua totalidade.

No caso das rendas, mesmo que “os palácios arrendados” sejam dentro desses antros sociais chamados “ilhas”, sejam arrendados por quantias astronómicas, rondando os 120 euros mensais, sem condições de salobridade, onde nem existem quartos de banho a não ser os colectivos, exclusivamente paras necessidades fisiológicas, em que as pessoas se banham por partes em bacias plásticas, gastando energia ou gás no aquecimento da água.

Depois, surgem também os pomposamente designados “bairros sociais”, que mais não são que ilhas ao alto, onde se encontram misturadas várias “culturas”, sendo a dominante a do tráfico de drogas e outros..., onde grassa a prostituição e a miséria humana sob todas as formas.

Curiosamente, sempre que se aproximam eleições, surgem os belos discursos, do género “comigo, ou connosco, as pessoas estão primeiro!”

E é verdade, embora sejam outras as pessoas que as mais pobres e carentes.

Não sei se já alguém reparou que existem sempre “cafés” e tascas junto aos tais ditos bairros sociais, cujos proprietários enchem os bolsos em pouco tempo. Nalguns casos trata-se dos intermediários entre vendedores e consumidores do mercado negro, aos quais ou para os quais não existam nem sombras de polícia, tratando-se de locais onde se indicam os traficaantes de tudo quanto renda bons dividendos, inclusive armas consideradas de guerra.

Mas, cumprem-se as reuniões das Assembleias Municipais ou de Freguesia, e se alguém aflora o assunto, logo lhe respondem que “isso não consta da ordem de trabalhos”.

Todavia, mais tarde, e unicamente por interesses instalados, mandam demolir este ou aquele “bairro social” supostamente porque ali se traficavam drogas, sabendo-se perfeitmente ser unicamente par a construção de vivendas de luxo, passado o tempo de “nojo” suficiente para que a memória do povo se amaine, se apague…

E, para melhor poder concentrar o poder de quem dirige a autarquia – Junta de Freguesia – começa a falar-se e depois concretiza-se a extinção de freguesias, ligando-as a outras e o negócio que deveria ser extinto, alastra cada vez mais e com menos concorrência.

Chegado o momento, dão entrada na Câmara os projectos de condomínios de luxo e fechados, e os pobres são amontoados em barracas ou nesses bairros sociais cujas rendas são exorbitantes também.

Mas, como os “blocos” receberam uma simples caiadela, à qual chamaram requalificação do bairro, mantendo-se o seu interior em ruínas, apresentando facturas que excedem em muitos “milhares” o que realmente foi gasto.


Venham senhores, conhecer o país das mil e uma maravilhas, que dá pelo nome de Portugal.

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