Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 2 de julho de 2013

«SWAPAR OU NÃO SWAPAR…»

Decorria a tarde quente do dia 1 de Julho do ano de graça de 2013 quando, subitamente, nas televisões cai a notícia de que,  através de uma carta dirigida ao primeiro-ministro, Vitor Gaspar anunciava a sua demissão de forma irredutível. Diz o povo que “às três é de vez”, e assim aconteceu como mais tarde anunciaram.

Passado algum tempo, cerca de duas horas, foi anunciado que graças à pronta reacção do primeiro-ministro, já havia sucessor ao lugar, na pessoa de Maria Luís Albuquerque, até então Secretária de Estado do Tesouro no Ministério das Finanças.

E, precisamente aquela pessoa que sempre negou na “passagem de testemunho” entre o anterior governo e o actual se tivesse falado nas “swap”, chegando alguns políticos  falar sobre a sua estadia na Refer, onde “swapar” era também moda corrente.

Muitas extrapolações foram equacionadas, muitos comentários foram feitos, muitas opiniões ouvidas e, na maioria dos casos, de forma menos airosa para a dita senhora que, mais logo, pelas 17 horas, tomará posse como ministra perante o presidente da República.

Há tempos falou-se da forma como se exprimia o demissionário, de forma tão pausada que chegava a dar arrepios, afirmando alguns que essa mesma forma não podia ser lá muito saudável.

O que se torna estranho é o modo como tudo se desenrolou nos últimos dias: Teixeira dos Santos, antigo ministro das finanças do governo liderado por Sócrates proferiu algumas afirmações que, como é natural, não caíram bem no seio do governo; e logo a senhora reagiu, enquanto o senhor Gaspar se manteve silencioso, demasiado silencioso quanto a mim.

Será que terá tido uma conversa com o senhor Pedro, que lhe dizia par reagir de forma similar à da senhora e ele se negou, por não corresponder à verdade? E, assim sendo, está-se mesmo a “ouvir” o senhor Pedro dizer-lhe estar na hora de apresentar, uma vez mais, a sua demissão, pois desta vez seria atendido..?

Até porque, a saída do senhor Vitor acontece numa fase em que o défice das contas públicas se situa nos 10,6% no primeiro trimestre do ano corrente e quando é preparado o trabalho sobre a reforma do Estado, que não tem sido nada pacífico e jamais o será se não arrepiarem caminho, e sobretudo tendo-se aumentado a polémica sobre as tais “swaps”.

Ora, o estrondoso silêncio quer do primeiro-ministro quer do presidente da República podem ser indiciadores de muita coisa que só o tempo e a história nos divulgarão, mas que, como cidadãos eleitores, deveríamos saber clara e concretamente tudo quanto aconteceu e acontece no país, mas que, como sempre nos negam quer de Belém quer de S. Bento, pois somos apenas e tão somente cidadãos numerados, isto é, cidadãos/números deste maravilhoso jardim `beira mar plantado.

Mas também se falou, e muito, das cedências de Crato aos professores, como se falou também da greve do dia 27 de Junho, na qual as duas Centrais Sindicais se uniram, dando ao governo uma amostra do que pode acontecer com uma unidade sindical séria.

Como é de estranhar que, da equipa do senhor Vitor, só tenha ficado a senhora e pouco mais, que todos os outros tenham sido mandados às urtigas mesmo em altura de crise.

Também se falou do actual ministro Poiares Maduro, embora de modo superficial, como aliás convém de momento.

Mas, alegrem-se os corações dos portugueses, pois a presença de uma senhora é bem mais agradável que a de qualquer homem, devendo, todavia, ter-se em conta que no que diz respeito a questões económicas e financeiras elas são sempre mais unhas de fome que eles.

Gostaria de aconselhar aos senhores deputados que se deixem de tantas Comissões de Inquérito na Assembleia da República, que servem apenas para acabar com as dúvidas mas deixando tudo como antes.


Sem comentários:

Enviar um comentário