Antes de mais, permita-me desejar-lhe um bom
dia e que assim seja também nos próximos, culminando com um óptimo fim-de-semana.
Será que poderei desejar o mesmo a todos os
portugueses, meus prezados concidadãos? Creio bem que não, pela simples razão
de que o senhor Silva dá a entender, com as suas atitudes e fraseologia que com
eles, connosco, pouco ou nada se importa e, por favor, não fale mais de “moções
de censura”, a não ser a si dirigidas.
Como acredito na sua inteligência e sagacidade,
nem vale a pena dizer mais sobre o assunto, não é verdade?
Vimos assistindo à criação do caos no governo
da Nação, com a demissão dos ministros do CDS e a perda da maioria parlamentar
que o apoiava até hoje.
Ontem, demitiu-se Paulo Portas, hoje serão
apresentadas as demissões quer da ministra Assunção Cristas quer do ministro
Pedro Mota Soares. Apesar de tudo, o senhor Pedro afirma não aceitar a demissão
do ministro Paulo Portas.
Ora, quem está a causar todo o caos no país,
como se não bastasse já a «crise económica e financeira, desemprego – que aumentará
ainda mais com todo este caos provocado pela obsessão do senhor Pedro e pela
falta de coordenação – fazendo aumentar a miséria entre as hostes populares, mas
também a fome e tudo o mais qua adiante se verá.
O senhor jurou defender, respeitar e fazer
respeitar a Constituição que lhe atribui certos e determinados poderes que
agora pretende rejeitar, tais como a convocação do Conselho de Estado, a
dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas.
Em casos como aquele que hoje se vive,
nõ será apenas um direito, mas um dever fazê-lo.
Mas, teimosamente resiste ao inevitável. Pelo
menos tenta resistir, sem sequer ter um simples pensamento que, a existir,
seria o mais patriótico, o de devolver ao povo o que ao povo pertence.
Será que se importa alguma coisa com o povo?
Talvez não, segundo as suas próprias atitudes e palavras publicamente tidas e
proferidas.
Não se compreende até que ponto levará o seu
alheamento do caos político-social que se vive actualmente em Portugal, não se
compreendendo também toda a sua apatia e inércia perante os factos visíveis
como os que neste momento assolam o país e o seu nobre povo.
Recordo a história universal e os casos em
que imperadores, presidentes ou reis foram depostos, não acontecendo nunca caso
algum da deposição do povo, tendo acontecido, sim, casos de genocídio.
Nõ creio, todavia, que pretenda semelhante
solução para o povo português, como não creio que fosse obedecido caso alguém
se lembrasse de dar semelhante ordem.
Recordo também a nossa história, sobretudo a
mais recente, faço comparações e vejo não haver muitas diferenças entre o que se
passava antes de Abril de 1974 e o que se passa hoje, como se alguém sentisse
saudades daqueles tempos de fascismo e ditadura, como se algum obstinado
pretendesse fazer reviver os mais velhos as misérias do passado. Claro que me
refiro aos mais velhos do povo e apenas do povo martirizado pelas políticas
pidescas e “legionárias”, pelos bufos e demais colaboradores do regime
salazarista/marcelista.
Um dia, há tempos, o senhor Silva queixou-se
de que lhe cortavam demasiado nas suas reformas e que sua esposa vivia então na
sua dependência. Fez rir toda a “populaça”, como fez rir todos os que
pertenciam a uma classe média em extinção,
com a sua colaboração.
Mas o povo deixou de rir para gritar nas ruas
a sua indignação face a toda a austeridade que lhe tem sido imposta. Do senhor,
apenas algumas palavras às quais o ainda governo se limitou a fazer ouvidos de
mercador. E ambos riram em conjunto, enquanto o povo vê aumentar a corrupção e
certas promiscuidades sociais, às quais preferem fechar os olhos e os ouvidos.
Como se trata da ralé, quem se rala com eles?
Pois, apesar de tudo, o povo existe e sente-se merecedor de mais e sobretudo de
melhor, não compreendendo como pode o senhor manter-se impávido e sereno ante
todas essas fontes de discórdia, que têm levado às ruas todo um povo de brandos
costumes.
Dizia José Afonso às formiguinhas: “mudem de
rumo.., já lá vem outro carreiro!”
Sem comentários:
Enviar um comentário