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sexta-feira, 12 de julho de 2013

«NÃO, SENHORA…»

Dirijo-me uma vez mais à senhora presidente da Assembleia da República que, no dia de ontem se deixou arrastar pelo nervoso miudinho que tomou conta de muitos deputados, após a “curiosa” intervenção do presidente da República.

A senhora pretendeu, na sua exaltação um tanto histeriforme – nem sei como não ficou rouca – para com os manifestantes, chegando mesmo a invocar, juro que não sei a que propósito, designando aqueles que se manifestavam na Casa da Democracia, ou que deveria sê-lo, chamando-os de carrascos quando, afinal, não passam de vítimas da soberba e da arrogância dos políticos como a senhora.

Pretendeu mostrar parte, só pode ser uma parte da sua erudição, invocando Simone de Beauvoir, e saiba Deus a que propósito, pois como antes digo aquelas e muitas mais pessoas, para além de não deverem ser expulsas, porque simples vítimas de quem deveria zelar pelos seus interesses, se dedica a torná-las meras vítimas das péssimas políticas e dos péssimos políticos que se fazem eleger, credulamente, para depois defenderem apenas os seus interesses e das empresas onde acumulam, fazendo parir leis que os protegem e protegem também os interesses dessas empresas.

Tenho a certeza de que se a Simone de Beauvoir a tivesse ouvido, se tivesse assistido à tal cena um tanto histeriforme a teria repreendido severamente e, como se tratava de uma senhora irascível, pudesse chegar a vias de facto e proibi-la de invocar o seu nome em vão.

Mas, falemos de “carrascos!”, que foi a sua escolha, talvez um tanto precipitadamente, porque conseguiu apenas inverter os papéis, já que as pessoas que se manifestaram na sua – delas – Casa – não vossa – como também antes digo, não passam de vítimas das vossas vontades e dos vossos interesses.

Considerará a senhora carrascos quem está n eminência de perder o emprego, de ser despedido “amigavelmente” – e por favor não me faça rir e queira solicitar ao senhor Rosalino que modere os seus ímpetos, já que foi logo de seguida a uma sua “investida” que tudo se desencadeou, qundo lhe foi dito que após o discurso do presidente da República o actual governo está praticamente em mera gestão.

Repare, prezada senhora que, a haver algum carrasco que tenha sobrado dos tempos da Pide e da ditadura, não poderia, de modo algum, situar-se entre os manifestantes, que se limitavam a tentar defender o seu ganha-pão, enquanto deputados, certos deputados e membros do governo se divertem a arranjar mais uns lugares no desemprego para esses “carrascos”.

Saiu-se muito mal com essa citação de Simone de Beauvoir, e pior se saiu  quando se exaltou ao ponto de “berrar”, de perder as estribeiras, ou seja, de perder o controlo de si mesma.

Onde prará o pragmatismo que se exige  todos os políticos, toda a fleuma de que necessitam para enfrentarem momentos como os que ontem se desenrolaram na Casa da Democracia Nacional?

Ah! De modo algum quero deixar de lembrar que para a formação de um Governo de Salvação Nacional, tal como aconteceu aquando do Valoroso Movimento das Forças Armadas na gloriosa Alvorada do dia 25 de Abril de 1974, foi formado um Governo de Salvação Nacional do qual faziam parte os partidos que hoje não são considerados do “arco da governabilidade”. Ou seja, o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda que, além de poderem dar forte contributo à Nação, podem evitar que haja a agitação social de que não gostam nada, referindo-me à senhora e seus pares, como também já o afirmaram altos quadros do PS, nomeadamente Alberto Martins e António Costa.

Um governo de Salvação Nacional sem a integração dessas duas forças políticas, será sempre suicidário, mas também causa de preocupação social que, nas ruas demonstrarão todo o seu descontentamento e até repugnância, o que causará uma forte fractura da sociedade portuguesa.


E, se puder evitar perder a tramontana como ontem aconteceu sem ter de tomr qualquer calmante, será o melhor para a senhora, pois a calma e sua manutenção é a melhor arma de defesa para qualquer ser humano e, uma vez que colocou em prática uma citação dessa senhora francesa, deveria pedir desculpas aos ofendidos, pois que se saiba, Portugal ainda consta como pertencendo aos portugueses.

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