Tendo nascido e sido criado, educado e
licenciado durante a ditadura, tendo vivido alegremente o 25 de Abril de 1974,
vejo-me agora numa situação de tal modo ambígua que, como dizem os nossos
irmãos brasileiros, “não dá para entender”, levando-me a afirmar,
categoricamente, que não mais existem políticos em Portugal.
Existe, todavia, uma situação que concerne ao
actual presidente da República, que leva a que todos devamos levantar-nos e
clamar, alto e bom som, que saberemos exigir toda a justiça que se impõe seja
exigida, uma vez que estamos cansados de ser humilhados e demonstrar que os
destinos da nação devem estar sempre nas mãos da cidadania nacional, nunca em
apenas meia dúzia de indivíduos.
E, como j´não sou, e muitos há como eu,
nenhuma criança, que não podemos admitir que brinquem com a nossa dignidade
nem, muito menos, com os nossos direitos como cidadãos de pleno direito.
A que assistimos, hoje, no país?
Grupos de indivíduos juntam-se para melhor
poderem colocar a pata sobre o povo, roubam-no de forma constante, tentam fazer
dele gato-sapato, retirando-lhe o que lhe pertence para distribuir pelos
amigos, mas também em proveito próprio.
Fala-se, cá na grande aldeia, de eleições
livres quando, à partida já estão viciadas pelos projectos feitos promessas que
jamais se cumprirão, o que todos se apercebem e que os que se ergueram ao poder
através de todas essas mentiras se dão conta de que as coisas já não correm
como deviam e que os “lobos esfaimados” deverão “uivar” bem alto tentando assustar-nos
para que possam fazer como mais lhes convém.
Mas, coisa curiosa, com o passar do tempo,
vão-se apercebendo de que os portugueses já não são aqueles medrosos aos quais
se tinham habituado no tempo da ditadura, naquele regime fascista e repleto de
pides, embora tentem ainda atropelar a democracia conquistada em Abril de 1974.
Mas, de forma insinuosa e insidiosa passam a
vida a tentar distorcer os valores democráticos enquanto tentam voltar a pôr a
pata sobre os cidadãos, acenando-lhes com “o papão” da pobreza, na qual se
encontram desde há muitos anos, pois nem mesmo a Revolução dos Cravos
conseguiu, apesar de ser a vontade dos Gloriosos Capitães, equilibrar, uma vez
que tudo era pouco para saciar s suas necessidades e o povo, como se tinha
habituado a ser pisado, e como já estava habituado isso, tudo deveria manter-se.
Mas, e apesar de tudo, os órgãos de
comunicação social falada e escrita, conseguiram abrir os olhos e os ouvidos do
povo, assim como aqueles partidos políticos que, à custa de perseguições, de
mortes, de prisões arbitrárias lutaram sempre para libertar o povo da canga que
lhe haviam colocado sobre os ombros.
Ou seja, o povo foi-se emancipado, foi
compreendendo o que estava bem ou mal. Errado, decidiu começar a escolher por
ele próprio, embora durante as campanhas eleitorais simulem oferecer viagens e
jantaradas, que todos pagam através dos impostos, que os partidos políticos
recebem para continuarem mentir
descaradamente aos portugueses. E depois?
Depois, quando são ultrapassados os limites
da decência política, e após ter permitido imensos devaneios, diz e nega,
avança e recua praticados pelos políticos no poder, outra solução não resta a
um presidente especialista em tabus de longos silêncios, tomar uma atitude que,
todavia, nada resolve, pelo contrário, tudo agrava.
Porque, em vez de ser mostrado o devido
respeito pelos cidadãos, tudo se limita à costumeira meia dúzia que tudo “engole”
e a quem importa se mantenha do mesmo lado da barreira, a que mais convém aos
designados políticos dominantes.
Daqui lanço um elogio ao deputado Alberto
Martins que, em palavras claras e simples soube dizer que um governo de
Salvação Nacional deve ser composto por todos os partidos com assento
parlamentar, uma vez que todos se sujeitam ao voto do povo e podem, portanto,
ser úteis à sociedade.
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