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quinta-feira, 4 de julho de 2013

«DEBATES DEGRADANTES DA DEPUTAÇÃO PORTUGUESA»

Desde há muito tempo que os debates entre os deputados e os ministros atingiram um tal grau de indigência intelectual, que dá vontade de encerrar a Assembleia da República.

Todavia, hoje mais que nunca, talvez porque vêm, com a reaproximação entre Portas e Passos Coelho, reaproximação que custará demasiado caro à nação e ao próprio PSD, existe uma certa euforia nas bancadas dos partidos que compõem a actual maioria, que mete dó, que causa náuseas ao mais pintado.

Já há dias, quando um grupo de velhas pessoas, na galeria do hemiciclo, demonstrou a também indigência da presidente, Assunção Esteves, quando decidiram no mais profundo silêncio virar as costas ao plenário.

Clara e pausadamente, a presidente interrompeu o orador, actual primeiro-ministro, para mandar expulsar aquelas velhas pessoas pelo facto de terem virado as costas às costas dos deputados.

Tratou-se de mais um espectáculo triste e degradante, já que aquela casa é designada por Casa da Democracia, logo do povo, pelo povo e para o povo, mas que a senhora presidente não entende desse modo, decidindo mandá-los expulsar pelos membros da autoridade ali presentes.

Como ainda não compreendi essa atitude, que degrada cada vez mais a Instituição e os costumes, fico admirado como se pode manter em funções, sem que haja quem a advirta da realidade.

Será que a postura, costas viradas contra as costas dos deputados, mas contra a sua cara a ofendeu?

Se numa casa que lhes pertence, que é sua por direito, e em silêncio – o que não fazia perigar, portanto, os trabalhos dos ocupantes do anfiteatro – deputados da nação eleitos também por aquelas velhas pessoas – com toda a franqueza que já não compreendo como deverá comportar-se qualquer pessoa que ali vai assistir, ouvir!, o que dizem os deputados que se arvoram em representantes do povo e dedicam o seu tempo a defender os seus interesses partidários e corporativistas, como os seus interesses pessoais.

Quem não tem capacidade para o desempenho de um cargo, deve estar disso consciente e deixá-lo, par que venha alguém que saiba o que fazer em determinados casos.

Compreenderia que se fizessem barulho fossem advertidos e mandados calar-se, se batessem com os pés a mesma coisa, se cantassem também, mas jamais mandar expulsar qualquer cidadão por se manifestar, a não ser que o faça provocadoramente e por várias vezes.

Há hábitos que não desaparecem de determinadas pessoas que, só porque recebem um mandato do povo, logo se imaginam poderosas e tudo fazem para demonstrar todo o poder que se arrogam.

É verdade que o exemplo deve partir de quem se considera superior e sábio. Mas, quer a superioridade quer a sapiência devem ser sempre acompanhadas de humildade e de respeito, o que não acontece em Portugal.


Por tais motivos lanço um apelo aos portugueses todos para que não voltem a entrar para as galerias da AR e saibam fazer uma lista dos deputados a eliminar nas próximas eleições, exigindo a prévia exposição dos nomes de cada candidato das circunscrições nacionais, para que possam eliminar aqueles e aquelas que se limitam a defender os interesses dos seus partidos, em detrimento dos interesses do povo português e do nosso Portugal.

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