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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

«SENHORAS E SENHORES»

Poderão considerar, agora, que as palavras e frases usadas, e dado todas as causas que dependem mais do médico que do moralista, e se nos esforçarmos por firmar um diagnóstico mais psicológico que médico, de imediato nos apreceberemos da inextricabilidade do problema.

É quase impossível, salvo extraordinária perspicácia e experiência incomum, determinar, com alguma exactidão o que faz de um político aquilo que popularmente se designa por “besta quadrada”!

(Quando se usam termos populares acerca de uma realidade, triste mas realidade, ninguém deverá poder sentir-se ofendido pelo uso desses termos). Aliás, nunca foi ou será essa a intenção, a de “ofender” seja quem for, antes pelo contrário, trata-se do reconhecimento da tal triste realidade. Assim como ninguém se ofende de passar de “besta a bestial”, também o não deve fazer agora.

Será que pretendo referir-me a todos os políticos? Em princípio sim, mas… sempre existem excepções em tudo na vida.

Medicamente falando, somente agindo sobre a causa, e no limite do possível eliminando-a, é que provocaremos uma cura durável e evitaremos recaídas.

Sejam, por exemplo, A e B. O primeiro, mediocremente dotado, mas muito consciente de si mesmo, estuda, aliás sem sucesso. Se frequentasse a escola, voltaria para casa com resultados escolares que não corresponderiam nem à expectativa, nem ao seu real esforço.

A data de uma composição, de um exame, provoca uma crise de mau humor, de cólera, de azedume, que, por isso, se  repete. Será que o A é estúpido, atrasado mental ou oligofrénico? Mas, como poderá sê-lo se alguns acreditam no que diz e faz, como sendo do melhor que pode haver na sua especialidade?


Os cidadãos, muito inteligentemente, não o censuram em nada, relativamente às suas tarefas. Por incapacidade? Como seria possível se o faz muito inteligentemente? Não! Os cidadãos sabem que aquele político, que por acaso até é “doutor”, nem que possua apenas o terceiro ciclo liceal como habilitações literárias e assim deve ser tratado, como foi o caso saído em Diário da República referente à nomeação de mais um “boy”.

Mas, falemos um pouco do B, letra que nada tem a ver com Bestial ou Burro/a, antes a Bom ou Boa, e como as há boas por aí..!.., apenas usado como mera hipótese simples.

Sabem todos que até aí, tudo certo! Mas as bestas de carga – povo simples e singelo, de brandos costumes, o melhor do mundo – recordam-se? – encontra aí uma compensação psíquica do seu orgulho ferido. Vai daí, desata a desabafar, usando o vernáculo que recuso.

Porque aí, encontra a consciência do seu valor intrínseco nesse determinado campo, usa de sinónimos e de metáforas, enquanto nem o A nem o B admitem nenhuma crítica, não tolera qualquer alusão a uma falha, mesmo possível, se encoleriza, faz cenas terríveis.

Mas, o idiota e parvo do povo, apesar de tudo constata que o país não avança, podendo cair mesmo numa certa indisciplina, logo punida severamente pelas forças da ordem e seriamente criticado por todos os AAA e BBB que povoam este cantinho político e social.

A verdadeira causa estava num amor-próprio ferido, que a legítima procura de outros sucessos, noutro campo, compensava. Para evitar o retorno cíclico dessas crises de indisciplina, era desse amor-próprio que se devia cuidar.

Proibir-lhe toda a actividade económica e social, profissional até, era anular o único aspecto são de uma vida psíquica prestes a desmoronar-se. O que foi conseguido.

Desejo a todos os AAA e BBB as maiores felicidades, esperando que se os AAA não puderem, que o consigam os BBB!


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