Sou do tempo em que o termo “saloio” poderia,
se aplicado “convenientemente” tornar-se num insulto grave, sobretudo se
aplicado cá no norte, “carago”.
É que isso da saloiada costuma aplicar-se
mais em Lisboa a capital administrativa de Portugal, uma vez que era comummente
aplicado – o termo – ao habitante natural das zonas rurais, no início do
século XX à volta de Lisboa, designada também “região saloia”.
Esta região compreende vários concelhos,
sendo os seus limites discutíveis. Alguns autores definem como região saloia os
concelhos de Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Loures, Mafra,
Odivelas, Sintra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
“Çaloio” ou “çalaio” era o tributo que se
pagava do pão cozido na corte e Patriarcado de Lisboa. Çaloio era também o nome
que se dava aos mouros da seita “çalá” e, no começo da nacionalidade era o nome
que se dava aos descendentes dos provençais, colonos oriundos de Salles d’Ande.
No passado, os seus habitantes viviam da
agricultura, praticada em hortas e pomares, e do comércio de produtos agrícolas
em mercados e na cidade de Lisboa. Ainda hoje se situa nesta região o mercado
que mais carne de bovino fornece à capital a Feira de Malveira.
As mulheres ganhavam mais algum dinheiro como
lavadeiras das famílias abastadas de Lisboa. Desses tempos em que muitas
aldeias se enchiam de peças de roupa a secar ao sol, ficou o termo “Aldeia da
Roupa Branca”, que até se tornou um título de um filme dos anos 30 do século
passado sobre esta região.
Com produtos agrícolas de excelência –
frutas, hortaliças, coelho, aves, ovos, queijo, caça… - esta zona desenvolveu
tambéwm uma gastronomia bastante variada e rica, sobressaindo as receitas de
coelho, aves e porco. O queijo fresco ainda hoje é muito apreciado em todo o
país.
A maneira de trajar também era muito própria,
incluindo o colete e o barrete que até há poucos anos era usado por pessoas
mais velhas nalgumas das aldeias.
A origem destes habitantes do distrito de
Lisboa é discutível, sendo actualmente aceite que tiveram origem nas
comunidades mouras que, saindo da cidade de Lisboa para as zonas rurais após a
reconquista Cristã (1147) por Afonso Henriques, se dedicaram à agricultura e ao
pequeno comércio.
Nos dias de hoje, a região saloia está
bastante descaracterizada, tendo alguns concelhos deixado a ruralidade do
passado, tornando-se zonas urbanas, como Amadora, Odivelas e partes
significativas de Loures, Sintra, Mafra e Torres Vedras.
As tradições e formas de vida tradicionais
perderam-se no passado recente e os actuais saloios (principalmente as novas
gerações) em nada se distinguem dos lisboetas, nem dos habitantes de Oeiras e
Cascais.
Como pretendeu atingir o actual líder do PS,
mimoseando-o com essa de “esperteza saloia”, talvez que ele pudesse retribuir
com uma de “coimbrão”, cujas mulheres são as tricanas.
Sabendo que o senhor Seguro sempre se
apresenta às eleições por Braga, antiga “Bracara Augusta”, no tempo dos
romanos, e o senhor, cujos ancestrais são oriundos de Trás-os-Montes, Vila
Real, poderiam tratá-lo de “ravesano” ou, de possuir uma esperteza ravesana uma
vez que deixou Coimbra muito cedo, rumando a Angola.
A política portuguesa, através dos seus
agentes, como o senhor Pedro – exemplo vivo – atingiu um nível de patamar tão
baixo como nunca se viu.
Insultos aos adversários que lhe dão com os
pés… e siga a rusga.., que recusam estender-lhe a mão quando até o presidente
da República tentou, à sua maneira, criar uma espécie de plataforma de Salvação
Nacional.
Logo, o senhor Seguro tornou-se, para si e
uma vez que recusou fazê-lo, isto é, servir-lhe de suporte, num indivíduo cuja
esperteza já é saloia sendo, no entanto, alguém que soube ver a tempo que eram
horas de arrepiar caminho, apesar de todos nos seus esforços, isto é nenhuns,
para o glorificar no poder.
Penso que os portugueses, tenham ou não
votado em si, tenham ou não votado no senhor Seguro, tenham ou não votado no
PCP ou na CDU ou ainda no BE, devem merecer da sua parte todo o respeito e não
esse ódio latente que sempre o acompanha.
Acha, senhor Pedro, que está a desempenhar
cabalmente as suas funções? Considera-se alguém que possa merecer o respeito
dos saloios, dos ravesanos, dos minhotos ou algarvios? Faça as malas e parta
para todo o sempre.
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