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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Jerónimo de Sousa contra «política de rapina» do Governo

Líder comunista acusa Passos Coelho de fazer chantagem e apela ao «coletivo militante» do PCP no encerramento da festa do Avante!
O secretário-geral do PCP afirma que o Governo quer fazer da Constituição da República o «bode expiatório» do fracasso do que classificou de «políticas de rapina». Foi com um apelo à luta e à demissão do Executivo, que Jerónimo de Sousa encerrou a festa do Avante! no Seixal.

«É evidente que lançam o barro à parede. Exigem tudo para conseguir sempre muito. Este fatiar sistemático e implacável, quer dos rendimentos do trabalho, que dos seus direitos, é a institucionalização de uma descarada política de rapina e de exploração do trabalho, que tem de ser travada e revertida», afirmou Jerónimo de Sousa, relativamente aos cortes anunciados na despesa do Estado.

De acordo com a Lusa, o líder comunista, num discurso de 53 minutos, perante uma plateia de várias dezenas de milhares de pessoas, no palco 25 de Abril da Quinta da Atalaia, condenou o anúncio do Executivo de Passos Coelho e Portas de «um novo ciclo, uma viragem na ação do Governo» por se passarem a «apresentar-se como os mais paladinos defensores do crescimento económico e do emprego».

«É preciso dizer com total clareza que não aceitamos que, em nome da crise, se possa invocar o direito de não cumprir a Constituição. Tal como não se pode aceitar que, em nome da obediência à troika, se possa instalar uma espécie de estado de sítio não declarado ao país», continuou, referindo-se aos dois mais recentes chumbos do Tribunal Constitucional.

Apelo ao «coletivo militante» do PCP e ao voto na CDU

Jerónimo de Sousa acusou Pedro Passos Coelho de fazer chantagem e apelou ao «coletivo militante» do PCP.

«A todos os que estão preocupados com a situação de Portugal e do Mundo, a todos os que entendem que basta de exploração, empobrecimento e injustiças, a todos os que aspiram a uma vida melhor, daqui vos dizemos, não fiquem à espera, não desperdicem a vossa força, juntem-se a nós, adiram ao PCP, juntem a vossa opinião e contribuição, a vossa capacidade individual a este grande coletivo militante», defendeu.

Além de apelar aos portugueses para não desperdiçarem energias, unirem-se ao partido e contribuírem para a luta protagonizada pelo PCP e pela CDU, já nas eleições autárquicas de 29 de setembro, o líder comunista ligou o flagelo dos fogos florestais aos sucessivos «cortes» orçamentais por parte dos diversos governos.

«É em resultado desta política que se agravam os problemas em todos os setores da vida nacional. Nalguns casos, com consequências bem dramáticas. Veja-se a dimensão do flagelo dos fogos florestais que não está desligada da falta de medidas de prevenção e ordenamento da floresta, dos cortes no investimento público e da insuficiência do Dispositivo de Combate da Autoridade Nacional de Proteção Civil», acusou.

«E não se continue a procurar bodes expiatórios, a responsabilidade é política, deste Governo e dos anteriores. Queremos daqui, neste momento doloroso, expressar o pesar e a solidariedade do PCP para com os familiares dos bombeiros falecidos e acidentados, para com as suas corporações, e relevar, mais uma vez, o papel que desempenham no combate aos incêndios, pesem as carências de equipamentos e apoios», concluiu o líder comunista, merecendo uma grande salva de palmas dos milhares de participantes no comício.

Governo e PS querem Portugal em «crime do imperialismo»

No mesmo comício, o dirigente do PCP afirmou também que, caso apoiem uma intervenção internacional na Síria, o Governo e o maior partido da oposição, o PS, estarão a envolver Portugal num «crime do imperialismo».

«É tempo de dizer que permitir ou apoiar uma guerra contra a Síria, como parece que é o caso do Governo, mas também do PS, seria um novo e escandaloso ataque ao direito dos povos e ao direito internacional. É, portanto, tempo não apenas de dizer, mas de lutarmos decididos pela Paz, contra a guerra na Síria e contra o envolvimento de Portugal em mais um crime do imperialismo», referiu. 

=TVI24=

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