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domingo, 8 de setembro de 2013

G-20. Putin e Obama em rota de colisão devido à guerra na Síria

O conflito na Síria dominou ontem a cimeira dos líderes mundiais, em Sampetersburgo, na Rússia, mesmo antes de a reunião começar.
Com a oposição da maior parte dos dirigentes mundiais presentes a uma retaliação contra a Síria, a cimeira do G-20 não foi no primeiro dia um palco favorável à posição defendida por Barack Obama, a favor de uma intervenção dos Estados Unidos no conflito.

Ontem, o Papa Francisco escreveu ao presidente russo criticando os dirigentes mundiais por nada fazerem perante o "massacre sem sentido" que decorre na Síria.

Na carta ao anfitrião da cimeira, o Papa diz ser "lamentável que, desde o início do conflito na Síria, tenham prevalecido interesses unilaterais que prejudicaram os esforços para encontrar uma solução que evitasse a continuação do massacre sem sentido".

Por seu lado, um porta-voz oficial chinês veio dizer que a "guerra não pode resolver o problema", tal como defenderam os membros dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para os quais uma guerra na Síria afectaria a economia global.

"MENTIROSO" foi o que, entretanto, Vladimir Putin chamou ao secretário de Estado norte- -americano, John Kerry, por este ter respondido a uma pergunta no Congresso sobre se havia membros da Al-Qaeda no terreno com um rotundo "não".

"Isso foi muito desagradável e surpreendente para mim. Nós falamos com eles (americanos) e assumimos que são pessoas decentes, mas ele mentiu e sabe que está a mentir. Isto é triste", afirmou o presidente russo.

Testemunhando perante o Congresso, na quarta-feira, Kerry disse não concordar que a "maioria dos rebeldes (da oposição ) fosse da Al-Qaeda e os maus da fita". Os extremistas devem ser 15% a 25% da oposição, disse, incluindo o grupo al-Nusra, e outros que "se combatem entre si".

A cimeira do G-20, que termina hoje, foi dominada pela intenção do presidente norte-americano de realizar uma acção militar "limitada" na Síria, em retaliação contra o ataque com armas químicas do passado dia 21 de Agosto nos subúrbios de Damasco.

Washington, Paris, Londres e Berlim atribuem a responsabilidade do ataque, que terá provocado 1429 mortos, incluindo 426 crianças, ao regime do presidente Bashar al-Assad.

Inicialmente, a questão síria não fazia parte da agenda oficial da reunião do G-20, mas o presidente russo incluiu-a na agenda e propôs que o tema fosse debatido ontem durante o jantar.

"Alguns participantes pediram--me tempo e a possibilidade de debater outros temas muito urgentes de política internacional, em particular a situação na Síria. Proponho que o debate decorra ao jantar", disse Putin, na abertura da cimeira das maiores potências mundiais.

A Rússia, que apoia o regime de Damasco desde o início do conflito, em Março de 2011, tem bloqueado, com a China, qualquer decisão no Conselho de Segurança da ONU para impor sanções ou lançar medidas punitivas contra o regime sírio.

=Jornal i=

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