O conflito na Síria dominou ontem a cimeira dos líderes mundiais,
em Sampetersburgo, na Rússia, mesmo antes de a reunião começar.
Com a oposição da maior parte dos dirigentes mundiais presentes a
uma retaliação contra a Síria, a cimeira do G-20 não foi no primeiro dia um
palco favorável à posição defendida por Barack Obama, a favor de uma
intervenção dos Estados Unidos no conflito.
Ontem, o Papa Francisco escreveu ao
presidente russo criticando os dirigentes mundiais por nada fazerem perante o
"massacre sem sentido" que decorre na Síria.
"MENTIROSO" foi o que, entretanto, Vladimir Putin
chamou ao secretário de Estado norte- -americano, John Kerry, por este ter
respondido a uma pergunta no Congresso sobre se havia membros da Al-Qaeda no
terreno com um rotundo "não".
"Isso foi muito desagradável e
surpreendente para mim. Nós falamos com eles (americanos) e assumimos que são
pessoas decentes, mas ele mentiu e sabe que está a mentir. Isto é triste",
afirmou o presidente russo.
A cimeira do G-20, que termina hoje,
foi dominada pela intenção do presidente norte-americano de realizar uma acção
militar "limitada" na Síria, em retaliação contra o ataque com armas
químicas do passado dia 21 de Agosto nos subúrbios de Damasco.
Inicialmente, a questão síria não fazia
parte da agenda oficial da reunião do G-20, mas o presidente russo incluiu-a na
agenda e propôs que o tema fosse debatido ontem durante o jantar.
"Alguns participantes pediram--me
tempo e a possibilidade de debater outros temas muito urgentes de política
internacional, em particular a situação na Síria. Proponho que o debate decorra
ao jantar", disse Putin, na abertura da cimeira das maiores potências
mundiais.
A Rússia, que apoia o regime de Damasco
desde o início do conflito, em Março de 2011, tem bloqueado, com a China,
qualquer decisão no Conselho de Segurança da ONU para impor sanções ou lançar
medidas punitivas contra o regime sírio.
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