Decididamente,
resta apenas uma solução ao senhor Pedro, uma vez que pensa que as leis,
sobretudo a Constituição, se resumem à obrigatoriedade de respeito por parte da
cidadania.
Do modo como
tem provocado, protestado, contestado, dramatizado as decisões do Tribunal
Constitucional, mesmo depois de o ter pressionado, só existe uma forma, segundo
ele próprio pensa, de acabar com esses “salamaleques” – consultá-lo sobre as
leis que o seu governo faz, fazendo recair sobre o povo toda a sua raiva –
apesar de ser o seu “patrono”, presidente da República a ter-lhe enviado para
fiscalização prévia o que tinham tão bem elaborado.
Ora, assim
estando as coisas, só se pode ver uma solução: a extinção, provisória ou
definitiva, desse órgão de soberania que é o TC.
Quando
jovem, pratiquei desporto amador. Claro que não gostava de perder, mas nunca atribuí
a derrota ao árbitro ou a outro factor que não fosse a superioridade do
adversário e talvez aquela ponta de sorte que nos faltou.
Permita-se-me,
pelo menos por uma vez, usar a linguagem dos nossos compatriotas alentejanos.
“Então, que
tal t’á a porra compadre? Só o povo deve respeitar a porra da lei? E também a
Constituição?”
É
característico em determinados adultos, cujas perrices nunca foram combatidas
em crianças, apresentarem sempre as
culpas como causa de mau cmportamento dos outros, armando-se em vítima quando
demonstra incompetência e incapacidade para tomar decisões limpas de mácula,
ainda que muito perniciosas para o povo.
O senhor
Pedro, não foge a essa regra. Vai daí, desata a imputar todas as culpas sobre
quem tem a missão de defender o povo das agressões anticonstitucionais que
parece ser a grande especialidade deste governo. Porque não culpa o senhor Aníbal de Boliqueime por ter, ele próprio, levantado dúvidas acerca da
inconstitucionalidade do diploma?
E, face a
uma “plateia” que muito o aplaudiu, já que repleta de “pêessedêístas”
sublinha necessidade de reduzir a
despesa de Estado, despedindo para tal os funcionários públicos com vínculo
desde há anos.
Seguidamente,
porque não tenta também interromper a democracia por seis meses ou um ano, ou
mais tempo ainda, como foi sugerido pela sua colega de militância que o não “grama
nada”, Dra. Manuela Ferreira Leite?
Ora, se
todos nós devemos respeitar as leis, mesmo a geral – Constituição – porque motivo
poderia o senhor escapar a esse respeito?
Envio aqui
junto, a opinião sábia de Boaventura dos Santos, convidando-o a reflectir sobre
as suas propostas. As dele, bem entendido.
Sem comentários:
Enviar um comentário