À medida que os iraquianos se retiravam do Kwait
durante a Guerra do Golfo em 1991, colunas de fogo esgueiravam-se pelo céu dos
poços de petróleo que tinham sido incendiados sob as ordens do líder, Saddam
Hussein. As chamas simbolizavam questão
central da guerra: o controlo de mais de metade das reservas mundiais de
petróleo.
Até ao século XIX o petróleo tinha sido
utilizado apens para uma fraca iluminação e na cozinha, para preparação de
refeições.
Embora o primeiro poço tivesse sido perfurado
pelos chineses alguns séculos antes de Cristo, com brocas de percussão e
canalizações em bambu, o petróleo era extraído, tano aí como no Médio Oriente,
através da compressão e do aquecimento de argila xistosa. Só em 1859 é que um
empresário americano, Edwin L. Drake, utilizou uma máquina a vapor e um engenho
de punção para perfurar o primeiro poço de petróleo moderno do mundo, a 21
metros de profundidade na rocha sob Titusville, na Pensilvânia.
Vinte e cinco anos mais tarde, na Alemanha,
Gottfried Daimler desenvolve o motor de combustão interna a combustível líquido
e inventa o carburador. A partir daí a indústria do petróleo desenvolve-se com
uma rapidez surpreendente.
Actualmente, o petróleo tem uma importância
crucial para os transportes, o aquecimento e os petroquímicos – para a
agricultura e o fabrico de plásticos, fibras sintéticas, colas, tintas,
corantes e produtos farmacêuticos. Do petróleo vem cerca de 40% de toda a
energia consumida no mundo actual.
O petróleo tem constituído a base de fortunas
de particulares e de nações. John Paul Getty, o excêntrico americano, perfurou
o seu primeiro poço no Oklahoma em 1913, era já milionário em 1916 e, com a
compra de uma concessão na Arábia Saudita em 1949, entrou para a liga de
multimilionários na década de 50. Quando morreu, em 1976, era considerado o
homem mais rico do mundo.
Outras dinastias, cujas fortunas se
construíram a partir do petróleo, incluem os Rokefellers e, a leste do
Atlântico, os Gulbenkians.
Até por volta de 1945, os Estados Unidos
produziram aproximadamente dois terços da produção mundial de crude. Os
competidores mais próximos eram o México, a União Soviética e a Venezuela, o
país considerado como maior exportador.
Contudo, a descoberta de vastas reservas no
Médio Oriente no período entre as duas guerras mundiais e, recentemente, na
China e no mar do Norte alterou o equilíbrio dos poderes económico e político.
Hoje em dia, os Estados Unidos são sobretudo importadores de petróleo, tendo
sido ultrapassados por aquele que é considerado como o maior exportador, a
Arábia Saudita. Outros grandes exportadores de petróleo incluem os países da antiga União Soviética,
o Irão, os Estados do Golfo, a Líbia, a Venezuela e o México.
O rendimento resultante do petróleo é crucial
para os países produtores. Ma Arábia Saudita, o Estado (na verdade a linha real
de saud) possui toda a produção de petróleo, controla a refinaria e o marketing
– o que gera dois terços do rendimento nacional.
O petróleo tem sido motivo de tensão entre os
países produtores (poucos dos quais com regimes democráticos) e os gigantes
industriais do Ocidente.
Um dos primeiros exemplos terá sido a Guerra
do Suez, em 1956, que desencadeou em parte devido `s pretensões da Inglaterra e
da França de manterem o controlo da produção de petróleo no Golfo.
Em 1960, os maiores produtores, começando
pelos Estados do Médio Oriente, criaram a Organização dos Países Produtores de
Petróleo, ou OPEP, com o objectivo de protegerem os seus interesses. Em 1973, a
OPEP aumentou os preços do petróleo, primeiro em 70% e mais tarde em 130%, numa
altura em que 80% do abastecimento da Europa Ocidental dependia do Médio
Oriente.
Consequentemente, verificou-se uma crise
económica mundial. No entanto, desde 1986 que os preços têm descido ou se têm
mantido estáveis, até à entrada em vigor da moeda europeia, o Euro e também à
descoberta de petróleo também na Síria.
O resto todos conhecem o que se passa e o
próximo passo a dar será o bombardeamento da Síria, eterna rival dos turcos otomanos,
onde os americanos possuem bases instaladas.
Não fossem todos os interesses subjacentes, e
aquela zona do mundo poderia talvez viver em paz.
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