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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

«A FORÇA MOTRIZ DA ECONOMIA MUNDIAL»

À medida que os iraquianos se retiravam do Kwait durante a Guerra do Golfo em 1991, colunas de fogo esgueiravam-se pelo céu dos poços de petróleo que tinham sido incendiados sob as ordens do líder, Saddam Hussein. As chamas simbolizavam  questão central da guerra: o controlo de mais de metade das reservas mundiais de petróleo.

Até ao século XIX o petróleo tinha sido utilizado apens para uma fraca iluminação e na cozinha, para preparação de refeições.

Embora o primeiro poço tivesse sido perfurado pelos chineses alguns séculos antes de Cristo, com brocas de percussão e canalizações em bambu, o petróleo era extraído, tano aí como no Médio Oriente, através da compressão e do aquecimento de argila xistosa. Só em 1859 é que um empresário americano, Edwin L. Drake, utilizou uma máquina a vapor e um engenho de punção para perfurar o primeiro poço de petróleo moderno do mundo, a 21 metros de profundidade na rocha sob Titusville, na Pensilvânia.

Vinte e cinco anos mais tarde, na Alemanha, Gottfried Daimler desenvolve o motor de combustão interna a combustível líquido e inventa o carburador. A partir daí a indústria do petróleo desenvolve-se com uma rapidez surpreendente.

Actualmente, o petróleo tem uma importância crucial para os transportes, o aquecimento e os petroquímicos – para a agricultura e o fabrico de plásticos, fibras sintéticas, colas, tintas, corantes e produtos farmacêuticos. Do petróleo vem cerca de 40% de toda a energia consumida no mundo actual.

O petróleo tem constituído a base de fortunas de particulares e de nações. John Paul Getty, o excêntrico americano, perfurou o seu primeiro poço no Oklahoma em 1913, era já milionário em 1916 e, com a compra de uma concessão na Arábia Saudita em 1949, entrou para a liga de multimilionários na década de 50. Quando morreu, em 1976, era considerado o homem mais rico do mundo.

Outras dinastias, cujas fortunas se construíram a partir do petróleo, incluem os Rokefellers e, a leste do Atlântico, os Gulbenkians.

Até por volta de 1945, os Estados Unidos produziram aproximadamente dois terços da produção mundial de crude. Os competidores mais próximos eram o México, a União Soviética e a Venezuela, o país considerado como maior exportador.

Contudo, a descoberta de vastas reservas no Médio Oriente no período entre as duas guerras mundiais e, recentemente, na China e no mar do Norte alterou o equilíbrio dos poderes económico e político. Hoje em dia, os Estados Unidos são sobretudo importadores de petróleo, tendo sido ultrapassados por aquele que é considerado como o maior exportador, a Arábia Saudita. Outros grandes exportadores de petróleo  incluem os países da antiga União Soviética, o Irão, os Estados do Golfo, a Líbia, a Venezuela e o México.

O rendimento resultante do petróleo é crucial para os países produtores. Ma Arábia Saudita, o Estado (na verdade a linha real de saud) possui toda a produção de petróleo, controla a refinaria e o marketing – o que gera dois terços do rendimento nacional.

O petróleo tem sido motivo de tensão entre os países produtores (poucos dos quais com regimes democráticos) e os gigantes industriais do Ocidente.

Um dos primeiros exemplos terá sido a Guerra do Suez, em 1956, que desencadeou em parte devido `s pretensões da Inglaterra e da França de manterem o controlo da produção de petróleo no Golfo.

Em 1960, os maiores produtores, começando pelos Estados do Médio Oriente, criaram a Organização dos Países Produtores de Petróleo, ou OPEP, com o objectivo de protegerem os seus interesses. Em 1973, a OPEP aumentou os preços do petróleo, primeiro em 70% e mais tarde em 130%, numa altura em que 80% do abastecimento da Europa Ocidental dependia do Médio Oriente.

Consequentemente, verificou-se uma crise económica mundial. No entanto, desde 1986 que os preços têm descido ou se têm mantido estáveis, até à entrada em vigor da moeda europeia, o Euro e também à descoberta de petróleo também na Síria.

O resto todos conhecem o que se passa e o próximo passo a dar será o bombardeamento da Síria, eterna rival dos turcos otomanos, onde os americanos possuem bases instaladas.


Não fossem todos os interesses subjacentes, e aquela zona do mundo poderia talvez viver em paz.

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