Conselho
Económico e Social critica orçamento rectificativo. Parecer será votado a 12 de
Junho
CES
questiona metas orçamentais do ministro das Finanças.
O Conselho Económico e Social (CES) considera que “medidas de
consolidação orçamental demasiado ambiciosas”, como o aumento de impostos em
2013, podem ser menos eficazes e agravar a recessão económica e o desemprego.
“Medidas de
consolidação orçamental demasiado ambiciosas, como foi o aumento de impostos
para 2013, podem afinal ser relativamente menos eficazes nos resultados que
produzem sobre as finanças públicas, para além de agravarem a recessão
económica e o desemprego”, diz o CES num projecto de parecer sobre o orçamento
rectificativo, a que a agência Lusa teve acesso.
No documento, o CES considera que o Orçamento Rectificativo
“demonstra de forma evidente as dificuldades de se avançar na redução do défice
das finanças públicas em situação de recessão da actividade económica”.
O projecto de parecer, elaborado pelo conselheiro João Ferreira
do Amaral, refere que no final de 2012 as expectativas sobre a evolução
económica para 2013 eram de “manutenção de uma evolução recessiva da actividade
económica conjugada com um significativo aumento do desemprego”.
“Estas expectativas confirmaram-se durante o primeiro semestre
do corrente ano, o que leva a que algumas das medidas de redução do défice
orçamental previstas no Orçamento de Estado para 2013 (OE 2013), em particular
o aumento dos impostos, venham a perder eficácia e a induzirem um maior
agravamento da situação económica”, considera.
De acordo com a primeira versão do parecer, que vai ser
discutido na sexta-feira pelos parceiros sociais, é possível atribuir ao efeito
recessivo adicional um impacto negativo sobre as finanças públicas de 1865
milhões de euros (cerca de 1,1% do Produto Interno Bruto).
“Os efeitos decorrentes do agravamento da recessão relativamente
à prevista no OE 2013 são, assim, largamente superiores ao valor da reposição
do subsídio de férias ao pessoal do sector público e aos pensionistas
decorrente da decisão do Tribunal Constitucional, valor que atinge 1274 milhões
de euros”, refere o documento.
O CES considera ainda que se pode estar perante uma situação em
que as medidas de redução do défice previstas no OE 2013, do lado das receitas,
produzem um efeito muito aquém do previsto e, devido ao corte no poder de
compra que causam, agravam a recessão económica, tornando mais difícil a
consolidação orçamental.
Por isso, o CES “assinala com preocupação que as cada vez
maiores dificuldades em se obter resultados de consolidação orçamental,
acompanhadas pelos efeitos recessivos que as respectivas medidas provocam,
levam a um aumento continuado do peso da dívida pública no PIB [Produto Interno
Bruto]”.
Desta vez os elementos do CES vão ter apenas uma reunião, na
sexta-feira, para discutir o projecto de parecer que vão emitir.
O parecer será votado em plenário no dia 12 de Junho.
=Público=
Sem comentários:
Enviar um comentário