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sexta-feira, 7 de junho de 2013

«SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA»

Quando alguns jornalistas lhe colocaram a questão relativa à greve dos professores, o senhor exprimiu-se como um inocente, que não sabia como se podia atacar assim os jovens ou mesmo crianças.

Porque, afinal, sempre se trata de uma greve, não é verdade?, mas soube ressalvar que se trata de um direito consagrado na Constituição.

Ora, se mo permite, vou tentar explicar-lhe como se passam exactamente as coisas.

Como bem sabe, o actual governo ofereceu-nos uma tal dose de austeridade – cortes nos salários mais fracos, taxas e mais taxas como as moderadoras na saúde, nas pensões... - e muito mais “benefícios” que muitos foram os portugueses que perderam totalmente o poder de compra, devido ao desemprego e etc.

Or, foi aí que a porca torceu o rabo, quer dizer, que os pais deixaram de poder alimentar os filhos.

Para mitigar a fome a essas crianças e jovens, pelas quais sente muito e muita preocupação, o governo decidiu  que as escolas passassem a fornecer, não a sopa dos pobres, como antigamente acontecia, mas uma refeição, para que pudessem fazer uma refeição por dia e, nalguns casos, uma merendazita, que faz de refeição nocturna.

Quando aconteceu esse desastre nacional, não se ouviu nada que pudesse fazer com que o governo liderado pelo senhor Pedro recuasse nas suas medidas de austeridade, pelo contrário. Ter-se-á esquecido das crianças e jovens ainda em idade escolar? Claro que não; apenas se limitou a ignorá-las e ao seu sofrimento.  Fome, senhor Silva. A Fome!

Ora, o senhor também já foi pobre e criança. Mas eram outros tempos e muito possivelmente tempos que para si eram bons tempos, mas que para muitos, a esmagadora maioria, eram tempos dramáticos, graças à ditadura salazarista.

Ms, mesmo sendo um grande tirano, Salazar mandou instituir a sopa dos pobres, à qual recorriam os desvalidos do país, mandou instituir os albergues de mendicidade, evitando o dramático espectáculo que nos oferecem os sem-abrigo hoje, que dormem sob um viaduto, um banco de jardim ou uma ponte, abraçados a uma garrafa de vinho meio-vazia, que é a sua “comida e bebida” ao mesmo tempo, graças às políticas sociais praticadas pelos políticos que vieram depois da Revolução dos Cravos.

O senhor, um dia, falou! Disse que, com os cortes aplicados pelo seu “delfim” Pedro, tinha a seu cargo sua mulher e que nem sabia se poderia viver, pois faltava-lhe dinheiro para as suas despesas, somando cerca de dez mil euros mensalmente de todas as suas reformas, uma vez que optou por elas em substituição do vencimento de presidente.

Alguém, há dias atrás, teve a coragem de afirmar não ser necessário termos um Beppe Grillo, comediante italiano que se candidatou às eleições legislativas no seu país, respondendo a um jornalista que já cá tínhamos um comediante, um “palhaço”.

Não irei tão longe, mas também não ficarei muito longe, pois como comediante, o senhor poderia candidatar-se a um Óscar, pelo menos.

Mas Portugal está recheado de farsantes que quase diariamente nos mimoseiam com as suas “bobices”, “bobagens”, como dizem os nossos irmãos brasileiros.


Espero que os professores saiam vencedores do braço de ferro com o governo e possam dar aos restantes cidadãos uma lição – afinal é a sua especialidade, não é? – e que abram os olhos de uma vez por todas, ajudando a correr com toda essa cambada de, como dizem os franceses – “vau-rien” – que estão no poder em Portugal. 

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