Como qualquer comunidade religiosa, tal como
a Igreja-instituição também regulou os mecanismos de punição e exclusão dos
membros que não acatassem as determinações da hierarquia, ou que pelo seu
comportamento se revelassem perniciosos à vida da comunidade, quer por actos
que pusessem em causa a sua estabilidade, quer por coesão, por opiniões e
escritos que fossem contra o dogma ortodoxo, também certos governos os pensaram
e puseram em prática, especial e praticamente em relação aos sindicatos que
defendem os direitos dos seus militantes.
Torna-se evidente que existem políticos que,
apregoando-se democratas, não sabem viver ou conviver com a democracia e, no
decorrer de uma qualquer greve, decidem ameaçar publicamente os “recalcitrantes”,
com ameaças de novas leis que limitem os “poderes” das greves e dos grevistas.
Muitos deles deixam-se mesmo levar pela
fúria, pois, apesar de terem delineado certas estratégias em relação aos
grevistas, um ou outro tribunal decide apoiá-los, não permitindo os abusos
idealizados pelos governantes, que alegavam os altos interesses de uns,
omitindo os de outros.
Um governo é, neste caso, como que um papado medieval,
que declara guerra aberta aos trabalhadores que anunciam uma qualquer greve,
embora saibam dizer tratar-se de um direito constitucional, ficando com a pedra
no sapato, actuando em episódios que ilustram a crescente tensão entre a
sociedade governamental e os sindicatos.
E esses “papas dos governos” tentam
multiplicar s excomunhões contra os trabalhadores e suas organizações laborais,
como aconteceu muito recentemente em Portugal em relação aos professores, que
ousaram “desobedecer” aos desejos de suas excelências os senhores do país, com
o pretexto de que atentavam contra a “sacralidade” do seu poder, mas sobretudo
contra os “reais” interesses dos jovens e seus familiares, conotados com
prerrogativas, direitos e propriedades c´no país, nalguns casos também no
estrangeiro.
Mas, como os sindicatos não mostraram receio
algum, nem os trabalhadores o fizeram também,
greve foi avante, embora se assista a uma certa nostalgia de alguns em relação
a tempos idos, aqueles em que um homem dominava tudo e todos, impondo o que
considerava a “sua excelsa vontade” sobre todos os milhões de cidadãos.
Os conflitos sociais entre as jurisdições
leiga e governativa, decorrente da declaração da “excomunhão” contra
sindicalistas e grevistas do país, tendem a aumentar desmesuradamente,
parecendo haver a vontade de uns em divulgar publicamente determinadas
gravações, à medida que aumentam as mentiras de outros e se caminha passos largos para o fim de uma aliança entre
trono e altar, resultante dos maus comportamentos devido a interesses
divergentes, como determinadas leis “tridentinas” e as ordens dos que se
consideram “os todo-poderosos” da Nação.
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