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terça-feira, 18 de junho de 2013

«A EXCOMUNHÃO DOS SINDICATOS»

Como qualquer comunidade religiosa, tal como a Igreja-instituição também regulou os mecanismos de punição e exclusão dos membros que não acatassem as determinações da hierarquia, ou que pelo seu comportamento se revelassem perniciosos à vida da comunidade, quer por actos que pusessem em causa a sua estabilidade, quer por coesão, por opiniões e escritos que fossem contra o dogma ortodoxo, também certos governos os pensaram e puseram em prática, especial e praticamente em relação aos sindicatos que defendem os direitos dos seus militantes.

Torna-se evidente que existem políticos que, apregoando-se democratas, não sabem viver ou conviver com a democracia e, no decorrer de uma qualquer greve, decidem ameaçar publicamente os “recalcitrantes”, com ameaças de novas leis que limitem os “poderes” das greves e dos grevistas.

Muitos deles deixam-se mesmo levar pela fúria, pois, apesar de terem delineado certas estratégias em relação aos grevistas, um ou outro tribunal decide apoiá-los, não permitindo os abusos idealizados pelos governantes, que alegavam os altos interesses de uns, omitindo os de outros.

Um governo é, neste caso, como que um papado medieval, que declara guerra aberta aos trabalhadores que anunciam uma qualquer greve, embora saibam dizer tratar-se de um direito constitucional, ficando com a pedra no sapato, actuando em episódios que ilustram a crescente tensão entre a sociedade governamental e os sindicatos.

E esses “papas dos governos” tentam multiplicar s excomunhões contra os trabalhadores e suas organizações laborais, como aconteceu muito recentemente em Portugal em relação aos professores, que ousaram “desobedecer” aos desejos de suas excelências os senhores do país, com o pretexto de que atentavam contra a “sacralidade” do seu poder, mas sobretudo contra os “reais” interesses dos jovens e seus familiares, conotados com prerrogativas, direitos e propriedades c´no país, nalguns casos também no estrangeiro.

Mas, como os sindicatos não mostraram receio algum, nem os trabalhadores o fizeram também,  greve foi avante, embora se assista a uma certa nostalgia de alguns em relação a tempos idos, aqueles em que um homem dominava tudo e todos, impondo o que considerava a “sua excelsa vontade” sobre todos os milhões de cidadãos.


Os conflitos sociais entre as jurisdições leiga e governativa, decorrente da declaração da “excomunhão” contra sindicalistas e grevistas do país, tendem a aumentar desmesuradamente, parecendo haver a vontade de uns em divulgar publicamente determinadas gravações, à medida que aumentam as mentiras de outros e se caminha  passos largos para o fim de uma aliança entre trono e altar, resultante dos maus comportamentos devido a interesses divergentes, como determinadas leis “tridentinas” e as ordens dos que se consideram “os todo-poderosos” da Nação.

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