Protesto de estudantes em Aveiro
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O ministro da Educação anunciou, esta
segunda-feira, em conferência de Imprensa, a realização do novo exame de
Português, no dia 2 de julho, pelas 9.30 horas.
"O exame de dia 2 é um dos que já estava
preparado", explicou Nuno Crato, aos jornalistas, lamentando as
perturbações registadas esta segunda-feira.
O governante garantiu, ainda, que estão
preparados enunciados com idêntico grau de dificuldade aos dos exames
realizados esta segunda-feira, de Português e Latim.
Nuno Crato afirmou que a medida vai ao
encontro das solicitações de pais, no sentido de não sobrecarregar mais o
calendário da primeira fase.
Questionado sobre as questões da equidade
entre os alunos que hoje realizaram o exame e o do próximo mês, o governante
afirmou que está garantida a igualdade de condições, porque as provas nacionais
são preparadas por equipa de profissionais e sorteados para serem aplicados
"num momento preciso dentro de uma estrutura semelhante".
"Não há qualquer problema quanto à
equidade", garantiu.
Segundo Nuno Crato, que avançou dados
provisórios do júri nacional de exames, "mais 70% dos alunos do ensino
secundário realizaram hoje exames nacional de português e 70% das escolas com
provas marcadas realizaram-nas a 100%".
Os exames nacionais do Ensino Secundário
começaram esta segunda-feira apenas para uma parte dos alunos devido à greve
dos professores. A prova de Português ficou por fazer em várias escolas
motivando protestos dos alunos pela situação de desigualdade. Há relatos de
acções de protesto em Braga, Aveiro, Lousada e Viseu.
Os responsáveis sindicais apontam uma adesão
significativa à greve. Mário Nogueira, da Fenprof, aponta para uma "adesão
de 90%" e João Dias da Silva, da FNE, fala em "adesão positiva".
Os dois líderes sindicais apontam ainda várias irregularidades nos exames,
designadamente o caso de provas feitas em locais não apropriados e com
vigilãncia feita por professores que, alegadamente, não o poderiam fazer.
Em comunicado divulgado ao final da manhã, a
FNE refere uma "notável adesão" à greve e diz poder afirmar que se
trata de "uma das maiores greves de sempre, com uma adesão de cerca de
90%".
Os 90% de adesão apontados pela Fenprof e FNE
não significam que 90% dos alunos não tenham realizado os exames, uma vez que
foram convocados outros professores (que não estavam destacados para vigiar os
exames) e encontradas soluções alternativas pelas escolas.
Mário Nogueira sublinhou
que a responsabilidade desta situação, que faz com que alguns alunos realizem o
exame e outros não, é do Ministério da Educação, "que não quis acautelar a
equidade".
É precisamente esta situação de desigualdade
que motiva os protestos de alunos de várias escolas que continuam já depois de
terminado o exame de Português.
Na Secundária Mário Sacramento,
em Aveiro, apenas uma sala abriu para exame o que motivou um protesto
generalizado dos restantes alunos.
Ao longo de toda a manhã, os alunos
mantiveram-se no exterior da escola protestando ruidosamente de forma a tentar
boicotar a realização do exame.
Situação idêntica aconteceu em Viseu, na Secundária Alves Martins,
onde dos 569 alunos inscritos para o exame de Português, 220 não o puderam
fazer e iniciaram um protesto junto à escola, obrigando à presença da PSP.
A PSP também teve que intervir em Braga
quando, cerca das 10.30 horas, os alunos da Secundária Sá de Miranda que
não puderam fazer o exame decidiram invadir as sete salas de aula onde este
decorria.
Em Lousada, os alunos que não puderam fazer a
prova de Português invadiram as salas mas os exames prosseguiram. No exterior
os alunos diziam ter visto o exame.
As salas acabaram por ser fechadas à chave
para impedir nova "invasão".
> Mais Educação
=Jornal de Notícias=
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