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sábado, 15 de junho de 2013

«PARA QUÊ FALAR-SE DE JUSTIÇA EM PORTUGAL?»

Há dias, respondendo a um jornalista qualquer, um outro jornalista/Advogado/Filho de um dos ex-grandes do PSD, cujo nome é Miguel de Sousa Tavares, terá dito que “já cá tínhamos um palhaço”, pessoa de nobre profissão, que tenta fazer rir quando por vezes sente tristeza interiormente.

Fui um dos que tomaram a defesa do jornalista que com a sua frase “ofendeu” o senhor Silva, que de imediato apresentou queixa na Procuradoria Geral da República, uma vez que ficou desgostoso e desgostado com o epíteto pronunciado por MST.

Entretanto, a queixa transitou para julgado que, dada a não ofensa, mandou arquivar o processo. Tudo bem.

Ao que parece, no dia dez de Junho em Elvas, alguém terá dito ao senhor Silva, em jeito de desabafo, que fosse trabalhar.

Novamente foi apresentada queixa, as autoridades presentes detiveram o “aconselhador”, foi apresentado a tribunal, julgado e condenado a pagar uma multa/indemnização ao ofendido no valor de cerca de 1.300 euros.

É de louvar a celeridade com que tudo foi resolvido, note-se que estamos a 15 de junho de 2013 e que só passaram 5 dias desde a terrível ofensa dita sob a forma de conselho ao senhor Silva.

É curioso como se manda arquivar uma ofensa e se pune a outra, quando, em meu entender, ambas deveriam ser arquivadas sem mais consequências.

Muito possivelmente, 1300 euros fazem muito jeito em era de crise, ms tamb~em possivelmente que faziam mais jeito ao considerado ofensor que ousou mandar traabalhar o ofendido.

Certamente era alguém que não conseguia compreender que o senhor Silva se encontrava em serviço em  Elvas e, mesmo que assim não fosse, ele nada tinha a ver com isso.

Com todos os cortes feitos pelo actual governo, é verdade que as nossas pensões de reforma se sentem muito, que rapidamente ficamos tesos como virotes e que 1.300 euros além de darem muito jeito, não se podem deitar fora.

Mas, se o dito popular: “vá trabalhar”, quando há mais intimidade: “vai trabalhar, malandro”, foi assim tão ofensivo para o senhor Silva, deveria ser o mesmo senhor Silva ou alguém da sua comitiva a explicar ao ofensor que o ofendido estava ali a trabalhar, que até tinha quase dois dias de intenso trabalho, como condecorar 40 cidadãos que supostamente prestaram bons serviços à Pátria e que, seguidamente, o senhor Silva deveria viajar rapidamente par Lisboa pois tinha convidados estrangeiros importantes à sua espera.


Parabéns à nossa justiça, pois desta vez fez talvez o maior sprinte desde que a conheço, sem que seja pessoalmente, se me faço entender.

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