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domingo, 16 de junho de 2013

«FRUSTRAÇÃO, ESSE VAZIO…»

De vez em quando fico surpreendido com determinados ditos de certos “amigos” e companheiros de longa data que, possivelmente esperavam de mim uma outra forma de linguagem, de passividade, de “laisser faire” para com os políticos dirigentes da nossa vasta praça.

Quando os ouço dizer ser necessário aumentar  as exportações para solidificar a economia nacional, mesmo que não liguem nada à elevadíssima taxa de desemprego, seguindo a trajectória desses indivíduos que emergem dos porões da ditadura como “esperança renascida para Portugal superar os tempos difíceis e obscuros do pensamento único.

Durante longos 48 anos, pelo menos, Portugal viveu debaixo da manta da ditadura fascista imposta por um professor universitário com a colaboração de um cardeal, que mais pareciam adeptos da monarquia que da República, de tal modo impunham aos portugueses o seu poder absoluto, imposto pelo capitalismo regrado num país que mais parecia do Terceiro Mundo.

Nada de aventuras inspiradas na justa indignação dos oprimidos, tal como acontece hoje, onde se traçam roteiros sociais abertos à construção de um futuro mais que dúbio, onde a cidadania prevalece sobre o egoísmo das elites, pela loucura do lucro a qualquer custo.

Todos os quinze dias, na Casa da Democracia  - que parece ter fugido par longe – ouvem-se discursos que fazem levantar os cabelos aos carecas, algumas perguntas colocadas por membros do maior partido da oposição, que a nada conduzem, e que dão a entender que esse partido deveria pensar em mudar de rumo, ajudando os cidadãos a viverem num mundo melhor. Mas, não se vê qualquer metamorfose que abra aos cidadãos novas hipóteses de esperanças futuras.

Tentando mostrar-nos que mergulha num oceano que de modo algum é o dele, dá a impressão de procurar um certo apoio político no sindicalismo político das manifestações pelas ruas e avenidas da capital, tentando atropelar a unidade dos rivais nessas questões e contestações às práticas políticas exercidas sobre o povo português, metendo-se todavia nas encolhas quando se trata de votar no hemiciclo.

Depois, tenta procurar apoios no estrangeiro, junto de políticos não menos desinteressados dos cidadãos dos seus países, procurando disfarçar toda a sua iniquidade e todo o seu desprezo pelo povo, embora publicamente afirmem tudo fazer pelo povo, com o povo e para o povo, o que deixa muito a desejar.

O que mais interessa, a uns e a outros desses grupos considerados do arco da governação é alcançarem  plena satisfação dos seus interesses pessoais e de grupo, mas com os cidadãos bem manietados pelas falsas promessas – como os outros, aliás – e tudo fazerem para se tornarem nos novos caciques cá da parvónia.

Alguns deles talvez já tivesse mudado de ideologia se vissem que ali ou acolá conseguiriam melhores resultados para os seus anseios, para as suas ambições pessoais, mas esperam pelo momento adequado par desferirem o golpe que lhes proporcione o tão almejado lugar ao sol, onde até os tachos fervem sem fogo.

A dita democratização vinda com Abril de 1974, rapidamente fez marcha-atrás, j´que a manter-se todos se aperceberiam de que os seus egos ultrapassariam as suas “boas intenções”.

E, todos queriam ser líderes ou fosse o que fosse que os projectasse para a Ribalta apenas com simulações de projectos sociais como aqueles que vigoravam anteriormente, ou seja, durante os tempos da ditadura fascista.

 Destruição de boa parte da Constituição permitiria a recuperação do tempo perdido, afirmando que tudo era feito para o bem do país e de seu povo, de imediato demonstrando que serviu apenas para mais uma trágica destruição de estruturas nacionais, suprimindo direitos sociais e até colocando em grave risco a independência e soberania nacionais, entregando aos estrangeiros o que de melhor havia em Portugal.

E, muitos dos admiradores que tinham, tornaram-se seus adversários, pois acabou-se a capacidade de preenchimento dos vazios da frustração.



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