O Presidente da Rússia alertou hoje para o risco de uma nova
crise económica, apesar da melhoria da generalidade dos indicadores,
considerando que "os riscos sistémicos e as condições para uma grave
recaída mantêm-se".
"A nossa
principal tarefa - devolver a economia a um crescimento sustentável e
equilibrado - lamentavelmente não se cumpriu e isso significa que os riscos
sistémicos e as condições para uma grave recaída da crise mantêm-se",
disse o Presidente russo, no discurso de abertura da cimeira do G20, perto de
São Petersburgo, na Rússia.
Esta tarde, no primeiro encontro, os responsáveis dos países
mais industrializados e dos emergentes, e que representam cerca de 80% do
Produto Interno Bruto (PIB) mundial, vão reunir-se tendo na agenda o estado da
economia mundial, as reformas do setor financeiro e a sua nova arquitetura, e a
política orçamental.
A cimeira dos líderes do G20 começa hoje em São Petersburgo,
Rússia, encontro agendado para discutir a recuperação e o crescimento
económico, mas que poderá ficar marcado pelas manobras diplomáticas para uma
eventual intervenção militar na Síria.
A guerra civil síria e a eventual intervenção internacional
contra o regime de Bashar al-Assad, acusado por alguns países de utilizar armas
químicas, não constam da agenda oficial do encontro do G20 (grupo dos países
mais ricos do mundo e das potências emergentes), que vai decorrer até
sexta-feira na antiga capital imperial russa.
Já hoje, o presidente do Conselho Europeu indicou, em São
Petersburgo, que, neste momento, a França é o único Estado-membro da União
Europeia pronto a participar em eventuais ações militares na Síria, mas
garantiu que a Europa busca uma posição coletiva.
Ao ser questionado, durante uma conferência de imprensa a
anteceder a reunião do G20, sobre as diferentes posições dos Estados-membros
relativamente a uma ação militar contra o regime de Damasco, Herman van Rompuy
disse que, "antes de mais, todos os países, grandes e pequenos, têm um
debate interno sobre a Síria" e, "em segundo lugar, há que fazer uma
distinção entre aqueles que querem participar e aqueles que estão a preparar
uma determinada posição política relativamente a eventuais ataques".
"Quanto à participação, nesta altura, entre os países
europeus apenas a França está pronta a cooperar. Nesta fase. Mas o mais
importante é como é que reagimos coletivamente a eventuais decisões tomadas por
outros países, e é isso que temos estado a preparar nos últimos dias. Vamos
coordenar as nossas posições nas próximas horas", declarou.
"A atenção dos líderes (...) será focada principalmente em
questões para assegurar o crescimento económico e a estabilidade financeira, a
criação de emprego de qualidade e o combate ao desemprego, a procura de novas
fontes de crescimento e de financiamento de investimento, bem como no
fortalecimento do comércio multilateral e na assistência ao desenvolvimento
internacional", referiu um comunicado oficial do encontro, que será um dos
principais momentos da presidência russa do G20.
=Económico=
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