E, como é natural e
normal, o povo português, o eterno bode-expiatório dos que sempre governam
contra ele.
Ao senhor Pedro,
nota-se a olho nu, fazem falta umas aulas sobre a vida em democracia,
essencialmente no que respeita ao cumprimento estrito da Lei Geral. Mas, vamos
por pontos:
1 – Os ministros do
actual governo, os seus secretários de Estado, o seus assessores especialistas
elaboram projectos de leis sem se importarem, minimamente, com o seu conteúdo,
se fere ou não a Constituição.
2 - O senhor Pedro e
seus ministros dizem o que pretendem, e eles, mesmo os tais especialistas com
21 ou 22 anos, lançam-se ao “trabalho” sem, no entanto, ligarem ao textos,
artigos e alíneas da Constituição, e limitam-se a parir monstros que querem ver
transformados em leis, sem reconhecerem que quem lhes paga, os cidadãos
contribuintes, têm todo o direito ao respeito e às suas “regalias” como seres
humanos que trabalham ou já trabalharam toda uma vida para terem direito a
gozar a sua reforma sem as dificuldades que lhes são criadas.
3 - Mas, paridos os
tais monstros, e de tal maneira o são, que o próprio presidente da República –
senhor Aníbal. Sim, o de Boliqueime – levanta a questão das dúvidas que sente
em relação aos atropelos que tais monstros, verdadeiros ciclopes cegos e
inebriados pelo poder que lhes foi conferido pelos seus amos e senhores, os ministros
e especialmente o senhor Pedro, mostrando-se admirados pela atitude do senhor
Aníbal.
4 - Este, por sua
vez, e por causa das moscas envia, para fiscalização, ao Tribunal
Constitucional certas normas constantes no diploma monstruoso. Os Juízes do TC
reúnem-se, valiam as monstruosidades, decidem pela sua anulação, por não
cumprirem as regras estabelecidas pela Lei Geral do país, resolução que atira
ao tecto o senhor Pedro, que talvez preferisse que fossem eles a praticar actos
fora da lei.
5 - Alguns
comentadores, que não podem esconder “amarem” a cor de laranja, sabendo haver
crianças e adultos com fome, limitam-se a afirmar que, se na Assembleia da
República conseguirem dois terços dos votos nos diplomas apresentados, é ultrapassada
a inconstitucionalidade dos diplomas. E os portugueses que se lixem, que se
enterrem cada vez mais na miséria e na fome, que continuem a perder o
ganha-pão, seu e de seus filhos.
6 - Ora, o irascível,
o nervoso, o incontrolável senhor Pedro, de imediato levanta a voz nas
televisões e outros locais onde elas estão, assim como jornais e rádios, de
imediato se lança numa espécie de cruzada contra o Tribunal Constitucional,
considerando-o o único culpado por tudo quanto possa acontecer no presente e no
futuro, não querendo saber de que foram os seus especialistas e secratários a
meterem água e a não respeitarem a lei geral, que até o senhor Aníbal de
imediato detectou e que foi ele a enviar os tais projectos de lei ao referido
órgão de soberania.
Há uma questão que se
coloca: “pretenderá afinal, o senhor Pedro desferir um golpe palaciano
sobre a Constituição e, logo, sobre o
país e o seu povo?” É que semelhante comportamento só se torna compreensível em
alguém que esteja em fuga à sanidade mental.
Já o pressionar
antecipadamente os Juízes do TC não deverá ser considerada atitude normal,
quanto mais o que vem depois de consumado o chumbo de projectos mal elaborados?
Há muito trabalho pela
frente, no que respeita aos seus conhecimentos e sobretudo ao seu respeito pelo
povo e pelo articulado da Constituição. Ele tem uma maioria e não o poder
absoluto.
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