Sabendo como se encontram as finanças em
Portugal, francamente que não se compreende como podem os membros do governo
partir para Bruxelas, depois Berlim e ainda depois, para os Estados Unidos.
Maria Luís e Paulo Portas partiram, foram recebidos pelo compatriota Durão
Barroso, nós pagamos tudo e mais alguma coisa, e para quê? Para que, dentro de
dias sejam os membros da dita troika a invadir-nos, de novo, com mais um bom
pacote de restrições e de austeridade.
Pode dizer-se que o duo nacional foi
encomendar o sermão, para que sejamos, de novo, submetidos a mais austeridade,
mais cortes, mais despedimentos, mais
palavreado a denegrir o Tribunal Constitucional, sem que o presidente da
república tenha dito fosse o que fosse.
O que é certo, é que para eles gastarem
indiscriminadamente em viagens pelo mundo, sofrem os cidadãos que se vêm
obrigados a apertar sempre mais o cinto, mesmo que já não haja mais espaço para
buracos onde encaixar a fivela.
Estas atitudes dão a entender existir uma
espécie de parceria, em que os membros do governo só dão o mote e depois, os
da troika, com o recado bem ensaiado e decorado, chegam cá, são recebidos como
príncipes e se limitam a dizer o que não devem. Nós, como é apanágio do
governo, limitar-nos-emos a obedecer, continuando a criticar os Juízes do TC,
que não sabem prever os dias de amanhã.
Bem que o Paulo, sim, o das feiras e que
ultimamente tem sido vaiado também, encenou um drama, uma crise governativa com
a sua irrevogabilidade se, entretanto, Pedro não lhe oferecesse o lugar de
vice-primeiro e a supervisão da área económica, inventando mais um ministro e
tudo, que pertence ao mesmo partido que o “feirante”.
Numa altura em que mais de muitos cidadãos vivem
na fome e na miséria, eles encontraram um novo modelo de diversão, irem ao
encontro dos troikanos, dizerem-lhes o que deles pretendem, para que depois
sejam eles a falar quando se deslocarem até cá, afirmando que embora no bom
caminho, a austeridade e os cortes são, não apenas para manter, como para
aumentar.
Isso é o que nos dirão depois, pretendendo
que nos calemos e aceitemos sem que seja quem for recorra ao referido tribunal
(TC) e talvez que o presidente da República volte à carga com mais umas
reuniõezitas, frisando bem ser necessário um acordo de Salvação Nacional, para
evitar um novo resgate.
Entretanto, Pedro manter-se-á calado, nada
dirá acerca do escabroso assunto, remetendo para o regresso do duo nacional,
que com ele dirão ao país tudo o que se não passa, tudo o que nem foi dito ou
nem sequer pensado, tentando na Assembleia da República o que não foi
conseguido antes, isto é, aqueles dois terços de “sim”, tão desejados pelo
senhor Aníbal e pelo senhor Pedro, para evitar dar mais satisfações ao TC.
E, assim, teremos consumado o golpe palaciano
de que há tempos a esta parte se vem falando nas conversas de café.
«Não! Portugal não pode ser uma nova Grécia,
podendo os portugueses, todavia, ver-se gregos para manter a dignidade devida a
todo o ser humano à superfície da Terra”
Sem comentários:
Enviar um comentário