Está mais que provado que reina o
descontentamento em Portugal, que impera a fome e a miséria, que o pior estará
ainda para chegar. Isto porque o líder do governo se importa mais com a sua
imagem em Bruxelas que entre a cidadania.
Temos tido dias funestos e de grandes
dificuldades, de roubos nos salários, nas pensões e nos subsídios de desemprego
e de reinserção social, nos abonos de família, não escapando nem os
deficientes com pensões moderadas.
Entretanto, alguns gozam de estatuto
diferente do resto do pessoal, graças ao neo-liberalismo e às preferências do
primeiro-ministro, que alega temor ao desenacadear de uma crise sistémica.
Entretanto, na Croácia encerram dois bancos,
e a vida continua com respeito pelo povo, em especial os menos favorecidos.
Passos Coelho não possui a sensibilidade
social que se exigia de alguém que prometeu e mentiu aos seus eleitores logo
que eleito.
Aliás, quando a Agência de rating, Standard
& Poors considerou que Portugal se encontrava na zona de lixo, vindo
recentemente a admitir, voluntariamente ou não, de apoiar um país que, cansado
pelo rigor das reformas, pleita por obter da parte de Bruxelas novos prazos
para atingir mais tempo para atingir os seus objectivos de redução do défice
público.
A argumentação que justifica esta avaliação
agrada ao governo português, que todavia recusa fazer uma lista acerca de
hipertrofia social, do desemprego em massa, recessão e fortes tensões sociais,
a S&P considera como adquirida uma grande clemência por parte da troika, de
quem o governo português se considera um bom aluno (discípulo), apesar de saber
que se limita a agir contra o povo português e cada vez com mais rigor e
insensibilidade.
DE modo algum se preocupa com o alongamento
dos prazos de reembolso dos empréstimos devidos à Europa e ao FMI, o que foi
alvo de conversação com os ministros das finanças da zona euro, no que respeita
a Portugal e à Irlanda. Apesar disso, há que ver que nem sempre, isto é, nunca,
a Europa mantém as suas promessas, devido à benevolência de um
primeiro-ministro que se prefere de bem com Frau Merkel que com o povo do seu
país.
Todos sabemos que podemos obter o alongamento
dos prazos para trazer o défice a um nível aceitável. Só que, o senhor Pedro
não se poupa a esforços para dificultar cada vez mais a vida aos cidadãos,
mesmo tendo conhecimento sobre a fome e a miséria que o aflige sobremaneira, o
que tem conduzido a população ao cansaço e à tragédia social.
No passado dia 2 de Março, viam-se cartazes
onde podia ler-se “Que se Lixe a Troika!” num país portanto pouco contestatário,
o que serviu de alerta. Não escapou a ninguém que, entre as centenas de
milhares de manifestantes se cantava “Grândola Vila Morena”, canção que foi uma
das que formaram o código de desencadeamento da Revolução dos Cravos em Abril
de 1974.
Face ao que se passava na rua, o governo em
queda de popularidade, sentiu-se diminuído.
E, na quarta-feira seguinte ante os deputados
da Assembleia da República, o senhor Pedro optou pela firmeza e pelo custe o
que custar, mais uma vez, e prosseguir o trabalho de destruição total do Estado
Social, embora consciente do mal-estar da população, como se estivesse a jogar
ao “caras ou coroa”, afirmando: “Não governo em função das manifestações e dos
protestos.E, podem crer que continuarei com toda a firmeza.”
Ora, foi aqui que faltou o PS, como se se
tivesse sumido terra dentro, o que ainda se faz sentir sobretudo com a
estratégia adoptada pelo maior partido da oposição, que preferiu meter-se nas
encolhas, em vez de saber ocupar o seu lugar de “líder da oposição”.
Como pode agora pretender o PS regressar ao
poder em Portugal? Se até então lhe era difícil, agora parece mesmo impossível,
devendo os portugueses saberem distinguir entre aqueles que defendem realmente
os valores universais dos direitos do povo e aqueles que preferem a sombra,
como é o caso dos três partidos colaboradores da troika, o que compromete
seriamente a independência nacional.
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