Pela voz do líder do PS,
António José Seguro, os portugueses ficaram a saber que este partido votará
contra a proposta do governo, porque se trata de mais do mesmo e de mais
austeridade, por manter o rumo das políticas erradas que destroem as
economias.
De um Partido Socialista,
seria de esperar que falasse do “social”, de todas as dificuldades impostas aos
portugueses de menores recursos – os outros estão-se nas tintas – pois claro,
porque a esses o actual governo mantém as isenções em nome da competitividade,
mas continua a aumentar cada vez mais o desemprego, como continuam a aumentar “as
sopas dos pobres”.
Apesar de manterem o OE2013
e o OE2013/Rectificativo no segredo dos “deuses”, ambos convergem para uma maior
austeridade imposta aos cidadãos de menores recursos, aos reformados e aos
jovens sem cartão dos partidos da maioria.
O senhor Pedro disse há dias
que seria aberta uma bolsa de emprego para «doutorados» - sem explicitar se os
licenciados seriam também contemplados, o PS nada disse, nada fez, mostra um
discurso ambíguo, que tanto serve a direita como a esquerda.
Nem sei como consegue equilibrar-se
sobre a corda-bamba, mas uma coisa sei: o PS, a continuar como até aqui, e
apesar dos esforços dos seus velhos históricos, mantem um rumo errado e incapaz
de fazer frente séria ao actual “carrasco” dos portugueses.
É verdade que o actual
governo não está só, é verdade que tem a prestimosa colaboração do inquilino do
palácio de Belém, é verdade que a UGT pretende dar um novo ar da sua graça, mas
não basta.
É imperioso que o PS retome
o rumo certo, juntando-se às forças de esqquerda, que os portugueses se sintam
apoiados e protegidos por essas mesmas forças, sem titubeios por parte do PS
que, pela voz de Carlos Zorrinho mostrou cabalmente que o partido está cada vez
mais desnorteado.
Falam, falam e voltam a
falar, mas nada de novo dizem, pois também eles se sentem comprometidos com os
interesses capitalistas e com os detentores do capital. Ora, pretender usar o
povo como pontas de lança em manifestações e em greves para poderem atingir
certas metas, se torna vergonhoso; sobretudo quando mantêm o mesmo discurso mas
não os mesmos actos, que se contradizem entre si, lançando ainda mais a
confusão entre os cidadãos, que se perguntam:
“Então, como é possível
dizerem hoje uma coisa e amanhã, ou logo, fazerem uma outra totalmente
diferente?”
É que, senhores “socialistas”
do PS, que vão reunir-se no estrangeiro com sociais-democratas e até já dão a
entender um compromisso com um dos partidos da maioria, o CDS, afirmando
estarem abertos a uma ampla frente congregando partidos da esquerda mas também
da direita, numa miscelânia que ninguém entende, como podem pretender afirmar-se
como um partido que possa preencher as lacunas existentes entre o Centro e a
própria esquerda?
Em que ponto pretendem
colocar-se? Enquanto não fizerem o PS regressar ás origens e fazer com que os
portugueses do povo compreendam o que realmente pretendem, de nada servirão
certos discursos, que podem soar bem aos ouvidos dos incautos mas que no caso
de tomarem o poder demonstrarão que é o capital e a sua força a única que lhes
interessa.
Lamentavelmente, é o que se
passa, sendo necessário abrir bem os olhos e os ouvidos a todos os movimentos e
discursos que deveriam ser totalmente ao contrário do que são.
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