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terça-feira, 25 de junho de 2013

«DEPUTADOS, POLÍTICOS DA NAÇÃO»

Deveremos considerá-los “os profissionais da política” ou, pelo contrário, deveremos recusar votar naqueles que decidiram manter-se na política desde 1976, viciando-se e fazendo com que outros se viciem? Será que queremos renovar, refrescar todo o sistema político ou mantê-lo tal como está e permitir quer se vá deteriorando inexoravelmente?

Há deputados que se mantêm na Assembleia da República desde as primeiras eleições livres, que nada mais sabem fazer na vida que sentar-se na sua bancada, quando não decidem mudar-se para outra e que são a causa de tudo quanto de mal acontece politicamente em Portugal.

Realizar-se-ão em Setembro as eleições autárquicas e, apesar das leis paridas nesse sentido, aqueles que deveriam ficar de fora durante um mandato de nojo, são aqueles que mais protestam contra as leis que exigem esse nojo.

Todos os políticos devem estar sujeitos a um limite de mandatos, tal como o presidente da República e de certo modo o líder do governo, os autarcas, mas eles não querem perder as mordomias (tachos).

Discute-se um pouco por toda a Europa o problema da limitação dos mandatos, tendo sido sugerido, (um tanto ironicamente), a tiragem à sorte, desde que não coincidente, ou seja, desde que certos nomes não possam fazer parte do sorteio, para a eleição de novos deputados e, quando o proponente explicou  sua ideia, tornou-se alvo de risos cínicos no Parlamento belga, mas falando-se da ideia também em França e na Holanda,  e nos países onde a corrupção avança desenfreadamente.

Veja-se como nada ligam às decisões dos tribunais o candidato ao Porto e o candidato a Lisboa nas próximas autárquicas, dando novas interpretações às leis que os deputados aprovaram na AR, mas que eles pretendem pontapear para canto.

O sistema dá mostras de apodrecimento, as vicissitudes aumentam, também a corrupção e os “entendimentos” de que se torna necessário rever a lei, mas, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas, ou seja, eles agarram-se como lapas aos tachos em que se viciaram.

Se a política deveria ser considerada a arte nobre de servir o país, tornou-se, com estas lapas, uma arte degradante de servir quem nela se aloja sem limite de mandatos.

Ora, se o povo respeita  democracia votando todos os quatro anos, mas quase sem poder de escolha, isto é, se vê obrigado a votar sempre nos mesmos que pretendem comer ainda mais, é a própria democracia quem sai altamente lesada, ao mesmo tempo que lesa também os próprios eleitores, que se vêm de mãos atadas face a leis que se tornaram rapidamente obsoletas.

Os portugueses deveriam poder esperar mais e melhor dos tribunais, que ora dão razão a quem contesta, ora a dão aos “super-candidatos” que de modo algum pretendem perder os tachos.


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