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quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Presidente é «um verbo-de-encher, que não está ali a fazer nada»

Constança Cunha e Sá analisa promulgação do diploma que vai permitir ao Governo pagar o subsídio de férias em Novembro
Constança Cunha e Sá realçou, esta quarta-feira, a rapidez com que o Presidente da República promulgou o diploma dos subsídios de férias, dando luz verde ao Governo em 24 horas. Na TVI24, a comentadora afirmou-se «cansada» das interpretações minimalistas de Cavaco Silva sobre os poderes presidenciais e criticou a «colagem absoluta» do chefe de Estado ao Executivo.

«Do ponto de vista do Presidente da República, fica-lhe muito mal ir completamente a reboque da maioria. É uma turbo prioridade: isto [o diploma] nem 24 horas esteve na Presidência da República. Razão tinham, de facto, o PSD e o CDS quando deram como absolutamente garantido que a lei ia ser promulgada até 20 de junho e que o Presidente a promulgava. Ou seja, quando deram de barato o Presidente da República, quando acharam que ele era um verbo-de-encher, que não servia para nada. Bastava a lei sair da Assembleia da República, que o Presidente assinava aquilo de cruz para lhes fazer a vontade, para que aquilo tudo ficasse nos eixos como eles queriam. E o Presidente, infelizmente, veio dar-lhes toda a razão», começou por afirmar a comentadora.

No espaço de análise nas «Notícias às 21:00», Constança Cunha e Sá sustentou que, embora não querendo uma crise política, Cavaco Silva podia não ter «uma colagem absoluta» à maioria e ao Governo. 

«Entre o 8 e o 80, há aqui um caminho intermédio que devia e tinha que ser percorrido pelo Presidente da República e que, neste momento, deixou de ser. Neste momento, já nem sei se [o Presidente] está colado [ao Governo], se é um ministro sem pasta. No fundo, não tem autonomia, que é a coisa mais grave que se pode dizer de um Presidente. Não tem autonomia face ao Governo, nem sequer tem brio, porque quando vê os dois partidos da maioria tratá-lo como se ele fosse um verbo-de-encher, ele confirma no dia seguinte que é de facto um verbo-de-encher, que não está ali a fazer nada», defendeu.

«Eu estou um pouco cansada destas interpretações minimalistas do Presidente da República sobre os poderes presidenciais. Ele tem uma interpretação completamente restritiva desses poderes, agora isso não implica que não os exerça. (...) Este Presidente presta-se a que ninguém o leve a sério», realçou.

=TVI24=

PS: Ele é o verbo,  mas quem enche somos nós; pneus e balões!

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