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sexta-feira, 28 de junho de 2013

«VIRIATO O GRANDE LUSITANO»























“Primeiro símbolo da integridade da Pátria”

Roma não ignorava quão arriscado era sujeitar ao jugo estranho, o bravo lusitano, e bem avisada andara, ao enviar à Ibéria o astuto Pretor, a quem, no Capitólio, o austero tribuno Catão incriminara de se ter servido, para vencer, de caviloso ardil; crime grave de que só se absolveu, ao declarar a seus julgadores ter sido essa a única maneira de poder triunfar de tão fero quanto incómodo inimigo.

Diz-se que, havendo esse temido Capitão negociado, de má fé, uma paz aceitável, com o generoso luso, sob a condição de o adverso depor as armas, depois de o achar desarmado, ordenado aos trombeteiros o toque de degolar, sem dó nem piedade, mandou passar a fio de gládio todo o indefeso exército, deixando, depois, um rasto triste de sangue inocente, de velhos, mulheres e de crianças, que, pelo caminho fora, ia, maldosamente trucidando.

Não ficou imune, não! O horrível massacre, pois logo após, se viu, qual fera embravecida, descer de lá das brenhas dos Hermínios, o forte, o rude Viriato, que, despertado pelos ecos lastimosos de seus infortunados irmãos, vinha dar o grito de revolta, que fez acorrer a si, sedentos de vingança, todos os sobreviventes patrícios que, cerrando fileiras, constituíram a hoste invencível com que defrontou a abominável infâmia.

Aclamado pela sua gente, General, Duce e chefe, foi Viriato, em marchas célebres, até à bela Carpetónia, hoje a venerável cidade de Toledo, onde, então, se encontrava o novo Cônsul da Hispânia Ulterior, Cneyo Cornélio Lentulo, para aí, à vista do principal acampamento da milícia imperial, na Ibéria, sacrificar em holocausto a Marte, Deus da guerra, um robusto cavaleiro romano aprisionado por seus soldados, e depois, com a mão direita bem dentro das ensanguentadas entranhas desse imolado, jurar, firme e solenemente, jamais abandonar a lança e a adarga, enquanto não fosse liberto o oprimido povo lusitano.

Cumprida foi a jura! E não tardou que se visse, em arrancos sucessivos de indómita bravura, esse formidável batalhador vencer s adestradas legiões de Marco Vitílio, Cayo Pláucio, Cláudio Unimano, Cayo Nigídio e tantos outros famosos Pretores desbaratados, colhendo, então, os mais florescentes lauréis da vitória, nos campos gloriosos de Ourique, de Évora, de Viseu e de mais sítios.

E, se não for a vil conjura de Quinto Servílio Scipião, traiçoeiro Cônsul, haver conseguido que, peitados por dinheiro, os pérfidos comandantes dos esquadrões estrangeiros, aliados dos lusos, Dictalião, Minuro e Aulaces, o tivessem, pela traição, assassinado, quando, acampado junto da velha cidade de Numância, dormia  sono solto, na sua tenda de campanha, não só ele teria abatido, para sempre, do solo pátrio, as áureas aquilas imperiais, como haveria feito desfraldar, nos agressivos muros de Roma, as impávidas bandeiras da Nobre Lusitânia!


De e para que serviram todos os sacrifícios quer de Viriato quer dos lusitanos, se hoje se vende a Pátria a retalho, não a Roma ou simplesmente a Bruxelas, Berlim ou Paris..,  senão a quem der mais..?

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