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sábado, 29 de junho de 2013

«A UNIÃO DE FORÇAS DO POVO PORTUGUÊS»

Para as insatisfações dos que presidem e governam o país, têm eclodido manifestações sociais massivas, com a colaboração estreita das duas principais centrais sindicais, com a presença da juventude e dos mais velhos, que tantos sacrifícios fizeram durante a maior parte da sua vida laboral e que hoje são espezinhados pelo actual governo.

Como há tempos não acontecia, a política nacional tem vindo a ser pautada por vigorosos protestos nas ruas, voltados contra o desemprego,  carestia de vida, a diminuição salarial, a reivindicação por melhores serviços públicos nas áreas da saúde, da educação, na mobilidade urbana, mas também contra a corrupção.

Face a tais acontecimentos, o governo e a presidência preferem manter um estrondoso silêncio, tentando fazer tábua rasa da voz que se levanta nas ruas e, como é ano de eleições autárquicas e apesar do “que se lixem as eleições”, e apesar do aumento do défice, até já promete baixar aos impostos.

Entretanto e face às tentativas de enxovalhamento, já o líder da CGTP rechaçou os actos de violência e “tentativa de bloqueamento da Ponte 25 de Abril”, que nada têm a ver com o brio e o espírito patriótico que campeia nas hostes comunistas.

Todavia, existe  tremenda vontade de difamar tudo quanto seja comunista, o que pode esconder gente paga para organizar esses reprováveis actos, ou então, em última instância, imputá-los aos “anarquistas”…

No dia 27 de Junho, as forças policiais empreenderam uma truculenta repressão contra os manifestantes, em número elevado – 226 – que supostamente e segundo a ideia (opinião) do líder das forças repressivas pretendiam criar um bloqueio na Ponte 25 de Abril, pelo que foram conduzidos ao tribunal e mandados regressar no dia seguinte, para mais tarde tudo ficar adiado para Julho.

À medida que se configuram como um movimento espontâneo, mais convém, de modo oportunista, “assumir o comando” de tal manifestação, suposta manifestação de bloqueio à ponte, manipulando o significado e procurando direccioná-la para militantes comunistas e, se possível dando guarida a deploráveis actos de agressão que bem podem ser promovidos por grupelhos da extrema-direita.

Objectivamente, pelo eco em Portugal mas sobretudo no estrangeiro, as manifestações transbordaram das ruas para o cerne da política nacional.


Em razão disso, o presidente da República continua a brilhar pela ausência, ou seja, por se acomodar comodamente por trás de mais um silêncio a que já nos habituou, e o governo liderado pelo senhor Pedro, neste caso imita-o muito bem.

Em vez de se dirigir aos cidadãos num importante pronunciamento, destacando correctamente que quer as greves quer as manifestações “mostram  força da democracia”, cobardemente encolhem-se e limitam-se ao silêncio, deixando no ar as dúvidas que de imediato são aproveitadas, sem proveito até agora, pelos que firmam governar Portugal.

As greves e manifestações fazem parte do legado das últimas quatro décadas; um população que se levanta, disposta a lutar pelos direitos e por um Portugal melhor, as ruas dizem que as conquistas iniciadas em Abril de 1974 não podem parar e que as mudanças precisam de ser aceleradas, voltando a dar ao povo o que só ao povo pertence para poder superar as tremendas desigualdades sociais fabricadas em apenas dois anos de tormentos.

As grandes mobilizações das massas populares criaram uma situação política nov, cujo desfecho está ainda por acontecer, mas que já exige mobilização e acção do campo político democrático e popular de esquerda, para que efectivamente avancem as mudanças que tõ necessárias se tornam nos dias de hoje.


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