Presidente
da República está concentrado no futuro pós-troika.
Parada
militar em Elvas
O Presidente da República gastou apenas uma página do seu
discurso com os recados à política nacional, para dizer que discorda daqueles
que têm uma visão do cargo como “um actor político que participa e se envolve
no jogo entre maiorias e oposições”. As restantes nove páginas foram dedicadas
a falar de agricultura e património, apontadas como “caminhos de futuro” para o
pós-troika.
No Centro
de Negócios de Elvas, onde decorreram as comemorações oficiais do Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Cavaco Silva guardou para o
fim da sua intervenção os poucos recados que trazia.
“Se há quem pretenda alimentar o pessimismo e contribuir para o
desânimo dos portugueses, sentimentos que a nada conduzem, para isso não
contarão comigo”, afirmou.
E em jeito de resposta ao debate sobre o seu actual desempenho
das funções presidenciais, Cavaco respondeu em duas penadas. “Sempre discordei
daqueles que entendem que a magistratura presidencial deve ser uma magistratura
negativa e conflitual, daqueles que têm uma visão do Presidente da República
como um actor político que participa e se envolve no jogo entre maiorias e
oposições, na busca, muitas vezes, do engrandecimento do seu protagonismo
pessoal”.
Pelo contrário, acrescenta Cavaco, “o contributo de um Presidente
da República deve ser dado pela positiva”. E por isso apontou alguns
caminhos, em particular o património e a agricultura, para o pós-troika.
“Desenganem-se os que pensam que o pós-troika é longínquo”, avisa o Chefe de
Estado. “O futuro avizinha-se e, independentemente de quem seja Governo”, os
desafios serão tão grandes que temos de começar, desde já, a antecipá-los e a
prepararmo-nos”.
Um claro recado a António José Seguro, que assistiu ao discurso
na plateia, à esquerda da primeira fila, quase toda ocupada por membros do
Governo e onde se encontrava também o antigo Presidente da República Jorge
Sampaio.
=Público=
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