Fomos colegas na universidade; tu seguiste o
rumo da pediatria, eu outro bem diferente, o da psiquiatria.
Um dia, quando estagiava, no velho “Conde de
Ferreira”, onde existiam enfermarias alugadas ao Estado, chegou um doente novo
também chamado Menezes, muito bem recomendado, até pelo director de então,
(BG), que explicou tratar-se de um doente irmão de um colega e que deveria
ficar internado durante muito tempo, tanto quanto durasse a sua vida.
Não digas a ninguém que te não recordas do
teu próprio irmão António, que hoje vai deambulando pelo Magalhães Lemos, pois
continuas a não lhe ligar nada, apesar de teres sido nomeado seu “tutor” e dos
bens que possuia a tua família para as bandas do Marco de Canavezes. A política
absorve-te todo o tempo, não é?
Tem-te servido para adquirires conhecimentos
que te permitam fazer o que entendes, inclusive com os bens de herança do teu
irmão? Há quanto tempo o não vês? E, já agora, quantos comprimidos tomas hoje?
Espero que não seja aquela catrozada toda que tomavas há anos..., única forma
de te manteres calmo…
Tens conseguido, com toda a ambição que te
tem guiado, tudo quanto tens querido, como aquele jovem a quem foi aconselhado
um mudar de rumo, pois a medicina,mesmo a pediatria, poderia causar-te danos
irreparáveis, como aliás tinha acontecido a teu irmão. Recordas-te?
Desmedidamente ambicioso e também “revanchista”,
enveredaste pelo caminho mais fácil, o da política, nada de útil à sociedade, é
certo, mas que te tem permitido viver como um príncipe, sobretudo sem ligares
qualquer importância à família, mesmo à mais chegada, como é o caso do teu
irmão, que também te odeia.
Após a morte de tu mãe, com quem vive ele? É
verdade que anda compensado, que caiu em “defeito”, tal como tu caíste com a
ajuda do decanoato, que toma quinzenalmente. E tu?
Mas, que vai ser agora de ti, sem teres a
importância que tu próprio te arrogavas e ainda te enalteces a ti próprio? Vê
lá, não te deixes desanimar e, como ontem afirmaste, continua a lutar, pois
será o único meio de te manter ocupado sem pensares na tua própria “clausura”.
Prefiro ficar por aqui, desejando-te as
melhoras e desejando também que tenhas quem te ajude nestes momentos difíceis
da tua nova/velha vida política pois, apesar de tudo, conseguiste criar
família, coisa que a teu irmão não foi permitido.
Mas, como “elas” cá se fazem e cá se pagam, vai-te
preparando para o que poderá acontecer-te.
Recorre ao Cavaco, ver se consegue fazer mudar de ideias o
Tribunal Constitucional!!!
M. T.
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