Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 20 de junho de 2013

«O CINISMO DE CÉSAR DAS NEVES»

Sob o título de “Respeito pelos mestres”, inicia todo um churrilho de falsos elogios, considerando os professores pessoas dignas, profissionais competentes e responsáveis…

Todavia, logo de seguida dá início às tergiversações, afirmando ser necessário tentar compreender semelhante comportamento, optando pelo instrumento da greve, que anda agora muito desvirtuado em seu entender.

Divaga amplamente sobre quem deve poder recorrer á greve, esquecendo-se de que, durante muitos e maus anos, os professores, como todos os portugueses lutaram, muitas vezes pagando cara  ousadia de se enfrentarem com o ditador ou seus esbirros para tentarem conseguir não apenas a sua, mas a liberdade de todos nas questões sociais e laborais.

Também em seu entender,  e também na sua adulação ao actual governo – que se recusou a dialogar com todas as “armas” sobre a mesa, afirma que o uso actual da greve é como uma arma política nas mãos de sectores protegidos e que no nosso país, quem a utiliza são, por outras palavras quem deveria simplesmente obedecer à tutela.

Para o senhor César das Neves, os funcionários têm ultrapassado o grau da razoabilidade, causando conflitos irresponsáveis. E, no caso dos professores, acusa-os de usar os alunos como reféns dos seus interesses particulares, e, muito possivelmente, louvará o ministro Crato e seus auxiliares por se comportar como mais uma secção do ministério das finanças e não como ministro da educação.

Embora tenha professores na família e também entre as minhas amizades, não é por tal motivo que os defendo, mas porque merecem ser defendidos. E sem entrar no “dize tu, direi eu”, o senhor César das Neves deveria comportar-se com mais atenção ao que escreve, pois quem demonstrou arrogância, insensibilidade e oportunismo foi precisamente a parte contrária, isto é, o gabinete do ministro Crato.

Pergunto-me a mim próprio de terá verdadeira noção do que escreveu e, sem colocar em causa o direito que lhe assiste de usar as cores que entender, se limitou a dr um tiro nos pés,  até porque:

«A obediência dos povos alimenta a fome dos políticos», fome essa só saciada quando conseguem pisar e repisar aqueles que “devem limitar-se a obedecer”, estando mesmo convencido que alguns trabalhadores, em seu entender, devem limitar-se a fazer o seu trabalho, sejam quais forem as condições que lhes oferecem, sem qualquer respeito por eles.

Nunca uma classe profissional ficará manchada por organizar e aderir a uma greve, especialmente nas condições em que hoje se vive em Portugal, com um governo que se imagina a si próprio como “o todo-poderoso” a quem todos devem obedecer cegamente.

Os governos passam e quer os trabalhadores quer o país ficam e, em muitos casos são esses mesmos trabalhadores quem faz a história, não os políticos.

Desconheço se o senhor César das Neves tem filhos. No entanto, deve saber que  educação deles começa em casa e que a escola deve, nas pessoas dos professores, dar continuidade a essa educação, por vezes alterar rumos e ensinar-lhes as matérias que em casa são, muitas vezes desconhecidas.

E, sim, os professores, como  grande generalidade dos portugueses vivem em crise profunda e que todos eles são pessoas sérias e responsáveis, além de seres humanos com todos os direitos consagrados na Magna Carta.

Tudo o demais deve merecer o desprezo dos professores como também dos pais e dos próprios alunos que compreenderam, eles, as razões que levaram os professores, «Os Mestres»,  a recorrerem à greve.

Mas, certamente que sei que há algumas pessoas que adoram “idiotar” desde há alguns anos.







Sem comentários:

Enviar um comentário