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sábado, 27 de julho de 2013

«DE QUE SERÁ FEITO O ACTUAL PS»

Há anos, bastantes anos mesmo, conheci um certo PS, que combatia ferozmente as desigualdades, através dos seus “militantes” que, por vezes, foram detidos e enviados para as prisões da Pide, sendo dali enviados, em demasiados casos, para o “Tarrafal” ou Guiné, onde até podiam apodrecer se, entretanto, não pudessem escapar ao desterro.

Nesse tempo, em Portugal, as autoridades não faziam qualquer distinção entre socialistas e comunistas: sabiam apenas tratar-se de pessoas que lutavam contra a ditadura, contra as arbitrariedades, contra a falta de justiça, contra a falta de liberdade a que todo o ser humano tem direito.

Reuniam-se ora no Porto, ora em Viana do Castelo, ora em Braga – no norte do país – e nessas reuniões no Porto, por exemplo, em casas de ruas bem conhecidas da cidade, como em Viana do Castelo ou em Braga, situadas mesmo nas “barbas da PSP”, não mostrando medo de serem detidos.

Havia pessoas desde as mais humildes às consideradas influentes socialmente que, dedicavam o seu tempo livre a preparar acções que conduzissem, a médio ou longo prazo, à almejada liberdade que não existia.

Muitas dessas pessoas vinham de fora do Porto, como no cumprimento de um dever cívico, o de libertar os portugueses do obscurantismo em que os obrigavam a viver, injectando-lhes o fado, o futebol e Fátima, a famigerada triologia dos “efes”.

Nessas reuniões privadas não se fazia a diferença entre aqueles que se sabia serem comunistas e os socialistas; afinal, ambos lutavam arduamente contra a ditadura, contra o regime salazarista/marcelista.

Em telefonemas que se faziam para outras localidades, usavam-se códigos que nem a Pide conseguia decifrar, sempre de cabines públicas, já que era sabido que os telefoes particulares estavam todos, sem excepção, sob escuta, e até as cabines sofriam do mesmo mal.

Os socialistas de então trabalhavam de mãos dadas com todos os que se dedicvam a combater seriamente o regime instalado no país.

Quando se deu o 25 de Abril de 1974, logo se criou uma separação entre os anteriores parceiro de luta anti-fascista, assistindo-se lenta e progressiva de uma viragem à direita por parte do PS, ao ponto de, no primeiro governo constitucional, ter sido feita uma coligação entre PS e CDS,  partido esse que foi mandado criar pelo general Spínola, para tentar evitar que os comunistas continuassem a “viver”.

Logo se criou também o PPD, tendo como cabecilha um ex-deputado pela União Nacional, que pretendia dar-se ares de democrata de longa data.

Também progressivamente, o PS decidiu enterrar o socialismo, que tinha sido fundado para preencher o espaço vazio entre o comunismo e os ditos partidos do centro e centro-direita, PS que se enamorou da boa vida e da vida boa, do capitalismo, relegando para segundo ou terceiro plano os reais interesses da Nação e de seu povo tão martirizado que foi, que continua a ser.

Ssistiu-se então a uma completa rotação do PS,rotação essa de cerca de 360 graus, quando o socialismo, entes de ser enterrado foi metido numa profunda gaveta, como convinha aos interesses americanos, expressos pelo Frank Carlucci, que hvia deixado a liderança da CIA para se tornar embaixador em Portugal.

Também os americanos estavam habituados a ver Portugal obediente aos seus desejos e anti-socialista e anti-comunista, aquele Portugal salazarista/marcelista.

Nos dias de hoje, o PS mais não é que uma sombra de si mesmo, mais uma via… que Tony Blair se lembrou de inventar par os trabalhistas ingleses e que,como macacos de imitação, alguns logo seguiram o seu exemplo, nocivo que foi para Portugal e os portugueses.

E hoje? Que temos? Uns fantoches que continuam a afirmar-se socialistas democráticos, como se a democracia deva impor sempre mais austeridade e deveres unicamente aos mais débeis cidadãos do país.

Que faz Seguro? Nada! Razão pela qual deveria ter vergonha e demitir-se do lugar que ocupa. E, indo mais longe, permitir que as várias tendências existentes no seio do actual PS eclodissem de uma vez por todas, já que  se importam apenas dos seus interesses político-partidários e até pessoais.


Será que com semelhante comportamento esperam os votos de um povo que ajudam a martirizar?

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