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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

«O HOMEM NO PORTUGAL DE HOJE»

Desde o início deste governo, sinto o quanto é delicado tentar descrevê.o e ao “seu trabalho” que, segundo os seus membros, é feito sempre em prol da Nação.

No entanto, todos sentem que cada vez se torna mais espinhoso, difícil de entender como pode tratar da forma que o faz, os portugueses, sejam ou não deficientes, ganhem ou não salários e pensões de miséria.

Por outro lado, não é o objecto único deste espaço indicar elementos de solução e tentar remediar situações consideradas irremediáveis.

Certamente, ninguém faz da sua vida o que sonhava fazer, quando tinha vinte ou vinte e cinco anos. Não temos o domínio do nosso destino, tendo-o sobre o nosso voto, cuja orientação providencial nos deve preocupar a cada dia de eleições.

O belo sonho, que com tanto amor se tinha alimentado, bem depressa se constata que não resiste às duras provas da vida.

O tempo, e o senhor Pedro, corroeu os dados da imaginação e do coração. E, o que é pior ainda, não é raro que dolorosas atitudes e acções – verdadeiras catástrofes políticas – transformem, de maneira súbita, os melhor estabelecidos e sólidos lares.

O homem e a mulher, nesse caso, no nosso caso, ficam sós. E isso tem um significado infinitamente maior do que parece à primeira vista, sem que seja quem for se queira aperceber da realidade nua e crua que afecta  população nacional.

Porque, não somente a sua existência é atingida, o seu conforto, a sua “fortuna” ou a possibilidade de recomeçar uma vida arruinada pelo desemprego, não havendo “santo nem santa” que lhes possam valer.

Os filhos esperam, também eles, que a vida continue. Mais ainda – e isto é o que há de mais trágico na ocorrência – exigem que ela comece.

Será preciso encerrar-se na solidão, comprazer-se numa dor que não tem fim, tornar tudo sombrio, definitivamente? “Demasiado novos para se reformarem, demasiado velhos para conseguirem novo emprego”, eis o drama social de hoje.

Os filhos não podem esperar. Reivindicam, como direito, uma certa dose de alegria, o que, se não lhes é concedido, pode fazer deles seres diminuídos, atrofiados, entregues a um humor malsão que, dez anos depois, os tornarão inaptos à verdadeira felicidade.

O homem ou a mulher que se vêm sós, terão a coragem de empreender, por seus filhos, o que renunciaram a desejar para si mesmos?

E, apesar da imensidade da sua dor, terão energia bastante para reparar um desastre que os atingiu, pessoalmente, com tanta crueldade?

Não h´drama mais patético que esse, e é de espantar que a literatura que vulgariza tantas insignificâncias e torpezas, jamais tenha ilustrado, por um exemplo concreto, a sua grandeza e, em muitos casos, o seu heroísmo.


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