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terça-feira, 20 de agosto de 2013

«A ECONOMIA CAPITALISTA»

Para ser definida como uma alquimia canibal submetendo o político, como expoente da patologia manifestada pelo síndrome de Hecatão e que se substitui  qualquer outra religião, como proveniente do sacrifício e do holocausto reiterados, como vivendo da luta de classes e gerando a máxima alienação, a economia capitalista, sob a forma actual, cibernética e planetária, nem por isso é menos o reflexo de uma metafísica que a subentende, como se encontraram subentendidas todas as variantes registáveis do modo de produção capitalista das riquezas.

A economia decorre da super-estrutura ideológica e não é, em nada, uma infra-estrutura separada, motriz do mundo, na sua totalidade.

Antes de chegar a uma proposta liberatória apoiada por uma mística de esquerda, e segundo as palavras de Carlyle, sempre gerou s suas mitologias a partir dos pensamentos dominantes da época das ideologias melhor adaptadas para permitir a justificação teórica (se não ontológica), do mercado livre e da concorrência, da divisão do trabalho, da submissão de uma classe aos interesses de outra, da teologi radiosa e da harmonia preestabelecida, da mão invisível e dos paraísos anunciados para o amanhã.

O conjunto contribuiu para a formação de uma metafísica da necessidade impiedosa, trouxe para o seu lado a quase totalidade dos economistas, nem que fossem aparentemente opostos, como Adam Smith e Karl Marx.

Para propor uma outra maneira de encarar a economia, tratar-se-á de avançar com  as bases de uma outra visão do mundo – e, para um edifício libertário susceptível de ser arrematado por ideais humanos, será preciso uma mística atenciosa e conforme.

Antes, e para propor uma genealogia ontológica da modernidade económica e, mais particularmente, para começar, aos avanços que foram permitidos ao grande século, graças às conclusões e aos grandes temas do Discurso do Método, o catolicismo recua sob os assaltos do pensamento reformista e da ascendência potencial de uma filosofia laica, em vias de substituir  teologia católica toda-poderosa.

Deste modo podemos perspectivar  relação inversamente proporcional que liga o esboroamento do catolicismo com  elaboração das condições para as possibilidades daquilo a que chamam economismo, esse monstro híbrido que faz da economia uma religião.


Progresso do ateísmo, desaparecimento de Deus, aparecimento da economia e da teologia das riquezas triviais, eis o movimento que vai possibilitar a cristalização dos fervores e dos cultos prestados ao dinheiro.

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