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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

«OS MODERNISTAS»

Aqueles que dizem, que do latim ao português, existe o mesmo parentesco que da mãe à criança, e parece quase impossível conhecer honoravelmente a língua de Camões sem ter pelo menos alguma familiaridade com a de Cícero…

Sabe-se, com efeito, como o português foi pouco a pouco constituído: a partir desse latim popular, que falavam os soldados e os mercadores vindos de Roma e que suplanta, pouco a pouco, o céltico dos lusitanos vencidos.

Daí vem que em favor do acento tónico “testam” e não “caput”, deu “catre”; que “cavalo” não deve nada a “equus”, mas deriva de “caballum”…

Entretanto, o latim clássico, mantido na igreja até mais de meados do século 20, mas que ainda hoje é mantido nos livros sagrados, fazia nscer seguidamente um grande número de palavras sábias, literalmente decalcadas da língua original: “capitalis”, por exemplo, transmutava-se em “capital”, e “equestris” em “equestre”. 

Por vezes, vocábulos da mesma origem, mas em que um era de formação popular, o outro de formação erudita, acabavam rm sentidos diferentes: assim, “hospitalis” dava nascimento a “hotel” e “hospital”, “auscultáre” em “ouvir” e “auscultar”, etc. A existência destes “doublets” seriam suficientes para provar a influência determinante, diga-se mesmo geradora, do latim sobre o português.

Em contrapartida, a morfologia latina sofreu muito importantes alterações: os seis casos da declinação reduziram-se a dois – um caso sujeito e um caso regime (complemento) – que, por uma nova significação, só o último subsista.

E a frase portuguesa devia adoptar a ordem que se lhe conhece hoje e segundo a qual, em geral, o sejeiro precede o verbo e este o complemento.

Assim, desde o início da Idade Média, o português enriquece os termos que a invasão dos francos introduziu no vocabulário militar, tinha estabelecido a autonomia de uma maneira quse definitiva em relação à língua mãe.

Mas o português – ou antes o portugalês – não era então que um dos numerosos dialectos da língua lusitana, saída do latim sobre o solo de Portugal. Se ele triunfou a outros dialectos concorrentes, foi sobretudo porque o Condado Portucalense, onde estava em uso, se tornou num centro político e religioso da Nação.

E hoje. Que língua se fala em Portugl? E que dialecto se escreve, depois de terem assassinado a original? Uma mescla de brasileiroangolanoguineenseemoçambicano, com ajustes de cabo-verdiano e sãotomense, polvilhados de francesismos e inglesismos que deturpam completmente a língua camoniana, tudo só porque fica bem imitar eles, fazer como eles e dizer mal do que estava bem.

“Mas, como fica baril e bué de fixe, alguns até colocam abaixo dos seus escritos, ‘este artigo foi escrito ao sabor do novo acordo ortográfico’”, ou de acordo com ele.


E tudo o demais, não passa de um “fait-divers”!

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