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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

«E UM POUCO DE VERGONHA NA CARA? VAI?»

Há muitas frases anedóticas que expressam bem a “incompetência” dos governos. O americano Milton Friedman, vencedor do Prémio Nobel da Economia em 1976, afirmava: “Se o governo administrar o deserto do Saara, em cinco anos  areia desaparece.

Houve alguém que, não muito antes prognosticou: “se o governo comprar um circo, não só o anão crescerá como os cavalos se transformarão em pessoas!”.

Em recentes manifestações sociais, as reivindicações foram difusas, embora tivessem como pano de fundo a péssima qualidade dos serviços públicos que são caros (saúde, educação, segurança e mobilidade urbana e, imagine-se, laboral), face à elevadíssima carga tributária e à altíssima corrupção.

Decorridos dois anos do início das mobilizações, poucas, ou nenhumas, foram as respostas efectivas.

O presidente da República,  tal como ainda ontem aconteceu, surge nas televisões “cantando-nos” umas baladas tentando, em conjunto com o governo, que voltemos a adormecer profundamente, como essa história de o “primeiro-ministro voltou a garntir-me que a senhora doutor está inocente e que o governo está mais coeso que nunca.”

De certo modo e à sua maneira, tentou que acreditassemos que as melhores saladas são as mistas, compostas por pepino, tomates e alface, feitas pelos governantes que se não poupam a esforços para apresentar propostas inconstitucionais que ele promulgará e talvez se digne, depois solicitar ao Tribunal Constitucional uma vigilância sucessiva.

O mesmo acontecerá com a tal reforma do Estado, que obrigará a mexer uma vez mais na Constituição, ou talvez não, quem sabe?, e, posteriormente sugerir temas óbvios mas nunca um plebiscito, nem  que seja do tipo relâmpago. Além disso, propôem, governo e presidente, pactos de “União Nacional” que, penso, jamais se consumarão.

Há quem sinta horror às consultas populares, havendo imensas perguntas em relação às quais a esmagadora maioria dos portugueses gostaria de responder “sim” ou “não”. Sonho..?

Pessoalmente, apostaria no “Sim” em várias situações, como: redução do número de deputados, diminuição no número dos assessores, nos dias de férias para os políticos em geral e várias instituições e também na votação imediata de projectos de lei relativos ao combate à corrupção, metidos numa ou em várias gavetas bem profundas.

Redução para 1/3, ou menos, dos gastos com publicidde, ou propaganda no país, melhor articulação entre os municípios e os munícipes, proibição do uso de recursos públicos ou de isenções par quem apresenta as propagandas partidárias, repetidas irritantemente nos horários ditos nobres.

Por outro lado, penso que surgiria um “Não” sonoro às propostas que implicam dar mais dinheiro aos caciques políticos, que deveriam estar automaticamente excluídos de se candidatarem a câmaras municipais e até à  Câmara dos deputados…

Plebiscito à parte, a mentirazinha faz lembrar um historiador, que imaginava como artigo principal da Constituição o dispositivo: “Todo o português deve ter vergonha na cara” Ao contrário, alguns dos nossos deputados devem colocar cremes que dêem lustro aos rostos, mas sem auferirem,para tal, de um verba indemnizatória.

Enfim, como as autoridades – por incompetência e ou conveniência – continuam a fazer vista-grossa às reais demandas da sociedade, os protestos irão, certamente, continuar.

O que os governantes não percebem é que o anão do circo cresceu e que, cavalos e camelos se tornaram efectivamente pessoas, que à custa dos mais pobres, irão passar férias para o Algarve.



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