A FENPROF considerou hoje que poderá ser mais fácil o ministro Nuno Crato
abandonar o Governo do que aplicar a mobilidade e aumentar as horas de trabalho
aos professores, que "vão lutar até ao limite das forças".
"Provavelmente, mais rapidamente este Governo e este ministro são
postos fora do que vão conseguir aplicar isso aos professores", disse
hoje, em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional
de Professores (FENPROF), Mário Nogueira, reagindo assim às últimas declarações
de Nuno Crato.
O ministro da Educação reconheceu hoje que as medidas a aplicar à Função
Pública (mobilidade especial e aumento de 35 para 40 horas semanais de
trabalho) vão abranger os professores, mas reiterou que tudo fará para que, na
prática, os docentes não fiquem sujeitos ao regime de mobilidade.
Mário Nogueira disse desconfiar da promessa: "É até irresponsável da
parte do ministério aumentar o horário de trabalho dos professores. Mas nós
percebemos porque é que querem fazer, para pôr na rua mais contratados e
aplicar aumentar a mobilidade especial".
As declarações de Nuno Crato vêm "demonstrar a razão que os
professores têm para estar a lutar", defendeu o sindicalista, lembrando
que as "causas mais imediatas" para as lutas que começam no final
desta semana são precisamente a aplicação da mobilidade especial e o
alargamento do horário de trabalho.
"Pois que fique uma certeza. É que nós lutaremos contra isso até ao
limite das nossas forças e pensamos que ainda antes de atingirmos esse limite
já o senhor ministro e, que bom seria, os restantes ministros, já foram
mandados para casa. Porque eles não fazem falta ao país. Já os professores
fazem falta nas escolas", argumentou o sindicalista.
Apesar de as greves estarem agendadas para as datas dos exames nacionais, o
ministro garantiu hoje que as provas vão realizar-se na data prevista,
sublinhando que estão em curso os mecanismos legais para a definição de
serviços mínimos.
O ministro manifestou ainda esperança de que a greve não se concretize,
afirmando-se disposto a discutir com os sindicatos de professores.
A FENPROF anunciou no final da semana passada que, caso as greves às
avaliações, que decorrem entre 07 e 14 de Junho, e a greve geral dos
professores (a 17) não surtam efeito, serão entregues novos pré-avisos
"até ao tempo que for preciso".
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