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sábado, 7 de setembro de 2013

«OS PADRÕES DO SONO»

O sono já foi definido como “a morte da vida em cada dia” (William Shakespeare) ou como “estupefacção irresistível”. No entanto, os cientistas descobriram que, pelo contrário, o cérebro fervilha de actividade durante o sono.

Esta noção actual começou a surgir nas décadas de 20 e 30 do século passado quando se utilizou o EEG (Electroencefalograma) no estudo das ondas cerebrais emitidas durante o sono.

No início da década de 50, o pioneiro do estudo do sono Nathaniel Kleirman e o seu assistente, Eugene Aserinsky, fizeram uma descoberta que destruiu de uma vez por todas a ideia de que o sono é um período em que o cérebro “descansa.”

Monitorizando um EOG (electroculograma), que revela os movimentos dos olhos quando as pálpebras estão fechadas, eles verificaram que em determinada altura do sono os olhos começam a mover-se de um lado para outro.

Embora continuemos a dormir e os olhos se mantenham fechados, os globos oculares movimentam-se como se estivessem a ver um animado espactáculo de circo.

Além disso, durante esses períodos de movimento frenético dos olhos, o EEG regista intensa actividade cerebral. Mas outra coisa notável ocorre durante esta fase do sono: a maioria da actividade muscular cessa, o que é confirmado no electromiograma (EMG), que regista os impulsos eléctricos dos músculos.

Foi assim que lhe atribuiram dois nomes: um deles é o sono REM (rapid eye movement, ou “movimento rápido dos olhos”); o outro é sono paradoxal, porque parecemos encontrar-nos em sono profundo, mas o nosso cérebro, na realidade, trabalha freneticamente.

As pessoas que são acordadas durante o sono REM revelam invariavelmente que estavam a sonhar. Esta é a fase em que se dá a maioria – embora não a totalidade – dos sonhos.

Para a maioria das pessoas, o objectivo de uma noite bem dormida é acordarmos frescos e prontos para um novo dia. O bom senso e a experiência dizem-nos que precisamos de dormir para funcionar bem.

O porquê disto, exactamente, continua um pouco misterioso, embora os cientistas estejam na pista de dados fascinantes sobre os poderes restauradores do sono.

Porquê, então, dormem mais os mais velhos?

Durante o dia, por exemplo, há certas hormonas que se esgotam. Enquanto dormimos.  Novas hormonas são segregadas pelo sistema endócrino – entre elas, a somatotropina, substância que promove o crescimento e é segregada pela hipófise durante o nsono NREM, ou NÃO-REM.

Os investigadores avançam a teoria de que o sono pode ser um período em que o crescimento de certos tipos de células se acelera e o organismo se liberta dos subprodutos nocivos acumulados durante as horas de vigília.

Em certos aspectos, o sono parece aumentar a nossa capacidade de recordar. Mas como o cérebro não pode absorver informações novas enquanto dormimos, a aprendizagem durante o sono não faz sentido.

O processo de adormecimento é complicado e extremamente activo. Além disso, não se processa de forma gradual, mas bruscamente, no sentido de que em dado momento estamos tecnicamente acordados (embora sonolentos) e no seguinte completamente a dormir.

Investigações em curso sugerem que o tronco cerebral controla o início e a duração do sono, enaquanto estruturas do sistema límbico regulam os ciclos e as fases do sono.

Verificou-se que certas substâncias do organismo, nomeadamente os péptidos, são somníferos naturais. Sabe-se também que estes compostos, que contêm aminoácidos, apoiam o sistema imunológico, aumentando a produção de anticorpos.


Assim, a investigação moderna confirma um conhecimento antigo da ciência médica: o sono ajuda a combater as doenças e as infecções.

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