Ex mo. Senhor Presidente
da Câmara Municipal
da Cidade de Vila Nova de Gaia,
Doutor Luís Filipe Menezes,
Obrigado
Dirigi-me recentemente a Vossa Excelência para o alertar para os perigos
que as caixas para o lixo instaladas nos acessos e nas ciclovias junto às
praias da sereia e de canide representavam para os utentes que frequentam a
marginal de Vila Nova de Gaia.
É com enorme agrado e satisfação que testemunho aqui a remoção imediata e
oportuna do mesmo mal instalado mobiliário urbano (fotos em anexo ainda sem o
repavimento do tapete carmim que entretanto já se concretizou).
Vossa Excelência não só ouve, como acolhe as críticas e age de imediato.
Obrigado.
Sei da Vossa pretensão em assumir agora o cargo de Presidente da Câmara da
Cidade do Porto. Espero que o possa concretizar, e devo salientar, que de entre
todos os candidatos a esse cargo, Vossa Excelência é o único que o tem
perfilado há anos, é um projecto pessoal seu, não decidiu à pressa ser
candidato nestas futuras próximas eleições autárquicas. Quer decididamente e
realmente ser o nosso Presidente da Câmara.
Por estas razões, como munícipe do Porto, proponho-lhe o que lhe passo a
expor :
Se a Vossa candidatura for legalmente autorizada, como espero que seja,
suponho que o fará por três vezes, por sucessão de três mandatos de quatro anos
cada.
Como cidadão, possuo o poder de votar em si, ou não, por essas mesmas três
vezes.
Assim farei, permita-me o atrevimento, mediante a sequência proporcional e
a concretização pela Vossa parte de três idóneas propostas :
1_ Como Vossa Excelência tem conhecimento, a Ponte da Arrábida tem sofrido
adulterações várias ao seu límpido desenho original, tenho-o aborrecido de
sobremaneira com este assunto. Por outro lado, desde Maio último que a
obra-prima do Engenheiro Edgar Cardoso foi finalmente classificada como
Património e Monumento Nacional. Acredite Vossa Excelência que vai ser muito
mais complicado corrigir, do que foi perpetrá-los ; os malefícios das
alterações que os estranhos apêndices instalados impuseram à ponte, degraus,
corrimões, grades, muros, exigem agora extrema minúcia e cuidado na sua
remoção.
_ A minha primeira proposta é clara, peço-lhe que no Vosso primeiro mandato
de quatro anos, proceda à integral devolução da verdade à Ponte da Arrábida.
2_ É com certeza também do seu conhecimento, a pretexto do Porto Capital
Europeia da Cultura de 2001, o estado empobrecido e sombrio que a remoção da
calçada histórica de calcário e basalto causou às zonas mais nobres da Cidade
do Porto, nomeadamente na Avenida dos aliados e na Praça da liberdade, na
Batalha, na Praça Carlos Alberto, etc..
No entanto, as peças do desenho original da calçada portuense encontram-se
a salvo, oficialmente arquivadas nos serviços urbanos da Câmara Municipal do
Porto e na Casa do Infante.
_ A segunda proposta, para os quatro anos do Vosso segundo mandato,
consiste na reposição completa da calçada histórica da Cidade do Porto.
3_ Talvez não tão do Vosso conhecimento ou das suas prioridades imediatas,
mas igualmente culturalmente importante e incontornável, é o “estatuto de
irrelevância cultural” atribuído à carreira artística da Violoncelista
Guilhermina Suggia.
Não existe justificação plausível para esta desconsideração, dos
ministérios centrais aos presidentes de Câmara que o antecederam, trata-se de
uma negligência indesculpável.
E Inglaterra, a segunda pátria da intérprete expoente máximo da música e da
cultura portuense e portuguesa, há anos que existe um museu com o seu nome.
A casa de Guilhermina Suggia encontra-se de momento devoluta e para venda.
_ Como se torna explícito, para o seu terceiro e derradeiro mandato,
proponho-lhe a aquisição por parte da Câmara Municipal do Porto da casa em
questão, na Rua da Alegria 665 na Cidade do Porto, e a consequente instalação,
nesses mesmos e ainda estimados espaços, da “Casa Museu Guilhermina Suggia”
(creio que um dos violoncelos se encontra nos arquivos da Câmara Municipal do
Porto, o outro está em Londres).
O meu poder fica-se pela minha vontade, enquanto que Vossa Excelência tem a
vontade do poder. Não alvejo nem admito qualquer tipo de protagonismo em
qualquer um dos processos por mim propostos, aliás, previsivelmente também da
Vossa agenda.
Depois das palavras de desapreço que tem por Vossa Excelência, e a
consequente injustificação de tal imprópria postura por parte do seu
antecessor, auguro-lhe as maiores felicidades na sua eleição.
Pela Cidade do Porto.
Os mais respeitosos cumprimentos,
C.A. G.
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