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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ex mo. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Cidade de Vila Nova de Gaia

Ex mo. Senhor Presidente
da Câmara Municipal
da Cidade de Vila Nova de Gaia,
Doutor Luís Filipe Menezes,
Obrigado

Dirigi-me recentemente a Vossa Excelência para o alertar para os perigos que as caixas para o lixo instaladas nos acessos e nas ciclovias junto às praias da sereia e de canide representavam para os utentes que frequentam a marginal de Vila Nova de Gaia.

É com enorme agrado e satisfação que testemunho aqui a remoção imediata e oportuna do mesmo mal instalado mobiliário urbano (fotos em anexo ainda sem o repavimento do tapete carmim que entretanto já se concretizou).
Vossa Excelência não só ouve, como acolhe as críticas e age de imediato. Obrigado.

Sei da Vossa pretensão em assumir agora o cargo de Presidente da Câmara da Cidade do Porto. Espero que o possa concretizar, e devo salientar, que de entre todos os candidatos a esse cargo, Vossa Excelência é o único que o tem perfilado há anos, é um projecto pessoal seu, não decidiu à pressa ser candidato nestas futuras próximas eleições autárquicas. Quer decididamente e realmente ser o nosso Presidente da Câmara.

Por estas razões, como munícipe do Porto, proponho-lhe o que lhe passo a expor :

Se a Vossa candidatura for legalmente autorizada, como espero que seja, suponho que o fará por três vezes, por sucessão de três mandatos de quatro anos cada.
Como cidadão, possuo o poder de votar em si, ou não, por essas mesmas três vezes.
Assim farei, permita-me o atrevimento, mediante a sequência proporcional e a concretização pela Vossa parte de três idóneas propostas :

1_ Como Vossa Excelência tem conhecimento, a Ponte da Arrábida tem sofrido adulterações várias ao seu límpido desenho original, tenho-o aborrecido de sobremaneira com este assunto. Por outro lado, desde Maio último que a obra-prima do Engenheiro Edgar Cardoso foi finalmente classificada como Património e Monumento Nacional. Acredite Vossa Excelência que vai ser muito mais complicado corrigir, do que foi perpetrá-los ; os malefícios das alterações que os estranhos apêndices instalados impuseram à ponte, degraus, corrimões, grades, muros, exigem agora extrema minúcia e cuidado na sua remoção.
_ A minha primeira proposta é clara, peço-lhe que no Vosso primeiro mandato de quatro anos, proceda à integral devolução da verdade à Ponte da Arrábida.

2_ É com certeza também do seu conhecimento, a pretexto do Porto Capital Europeia da Cultura de 2001, o estado empobrecido e sombrio que a remoção da calçada histórica de calcário e basalto causou às zonas mais nobres da Cidade do Porto, nomeadamente na Avenida dos aliados e na Praça da liberdade, na Batalha, na Praça Carlos Alberto, etc..
No entanto, as peças do desenho original da calçada portuense encontram-se a salvo, oficialmente arquivadas nos serviços urbanos da Câmara Municipal do Porto e na Casa do Infante.
_ A segunda proposta, para os quatro anos do Vosso segundo mandato, consiste na reposição completa da calçada histórica da Cidade do Porto.

3_ Talvez não tão do Vosso conhecimento ou das suas prioridades imediatas, mas igualmente culturalmente importante e incontornável, é o “estatuto de irrelevância cultural” atribuído à carreira artística da Violoncelista Guilhermina Suggia.
Não existe justificação plausível para esta desconsideração, dos ministérios centrais aos presidentes de Câmara que o antecederam, trata-se de uma negligência indesculpável.
E Inglaterra, a segunda pátria da intérprete expoente máximo da música e da cultura portuense e portuguesa, há anos que existe um museu com o seu nome.
A casa de Guilhermina Suggia encontra-se de momento devoluta e para venda.
_ Como se torna explícito, para o seu terceiro e derradeiro mandato, proponho-lhe a aquisição por parte da Câmara Municipal do Porto da casa em questão, na Rua da Alegria 665 na Cidade do Porto, e a consequente instalação, nesses mesmos e ainda estimados espaços, da “Casa Museu Guilhermina Suggia” (creio que um dos violoncelos se encontra nos arquivos da Câmara Municipal do Porto, o outro está em Londres).

O meu poder fica-se pela minha vontade, enquanto que Vossa Excelência tem a vontade do poder. Não alvejo nem admito qualquer tipo de protagonismo em qualquer um dos processos por mim propostos, aliás, previsivelmente também da Vossa agenda.
Depois das palavras de desapreço que tem por Vossa Excelência, e a consequente injustificação de tal imprópria postura por parte do seu antecessor, auguro-lhe as maiores felicidades na sua eleição.

Pela Cidade do Porto.

Os mais respeitosos cumprimentos,


C.A. G.


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