Se, há meio século, o catolicismo perdeu
terreno em Portugal, se não tem o mesmo poder que em Espanha e na Itália, a
alma portuguesa mantem-se profundamente cristã.
A grande maioria da Nação mantém-se ligada à
Igreja, e, também só em poucas famílias as crianças não recebem o baptismo e a
comunhão, ou os casamentos não são acompanhados pela benção nupcial, onde o
padre vive uma vida, em muitos casos, de retiro espiritual e económico.
O clero em Portugal, clero que pretende
manter uma dignidade de vida saudável, está representado junto do Vaticano por
uma dúzia de cardeais; sente-se animado, nalguns casos, por um sentido social
bastante agudo, enviando missionários aos quatro cantos do mundo.
Dispõe de uma igreja em cada aldeia e uma
quantidade de estabelecimentos – escolas, colégios, universidades livres – que dispensam
uma educação primordialmente religiosa.
É aí que a fé cristã se implantou muito cedo
no nosso país. Prosperou muito rapidamente desde há séculos, o que lhe aporta o
precioso apoio do poder político actual.
Desde logo, Portugal pode ser considerado
como uma nação essencialmente católica, e a parte que tomou nas Cruzadas, marca
bem que lugar preponderante ocupa na cristandade. Assim, apesar das graves
querelas que “rasgam” por vezes o seu clero,
nunca deixou de merecer o nome “de filho mais velho da Igreja”.
De facto, o cristianismo português
manifestou-se em todos os domínios da fé. Produziu mártires; fundadores de
ordens; reformadores; santos; predicadores; teólogos; ardentes missionários; fez
surgir imensas catedrais, conventos de padres, frades e freiras, clínicas
religiosas e hospitais pertencentes a ordens religiosas.
Após o Concílio do Vaticano II, o catolicismo
português tomou um novo fôlego.
Os inquéritos, os livros multiplicaram-se
para precisar as relações do homem moderno com a religião.
O espírito ecuménico, especialmente o desejo
de uma maior união com os protestantes, inspirou um grande número de colóquios
e de conferências.
A condição do padre, ela mesma, foi objecto
das mais sérias discussões.
Este movimento não acabou (e talvez jamais
acabe). Mas, desde já, Portugal tem um papel importante na renovação cristã do
século XXI.
E, ao que tudo pode deixar prever, começando
pela educação, saúde, estabelecimentos de solidariedade social (IPSS) e tantos
outros, que cortarão a iniciativa privada e a remeterão para o canto do
esquecimento das entidades governativas, que lhes dispensarão a sua
preferência, como sempre acontecia no anterior regime.
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