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terça-feira, 1 de outubro de 2013

«O “SÁBIO” PEDRO»

“...Que se lixem as eleições!”, recordam-se? Pois lixaram-se para ele e seu partido.

Pergunto-me como pode ter semelhante premonição, esse sábio primeiro-ministro de Portugal, que prefere ultrapassar-se a si mesmo em questões de austeridade impostas aos cidadãos menos favorecidos, que são a maioria do povo eleitor, que dividir o mal pelas aldeias, aplicando as mesmas receitas a todos sem excepção. Até a ele próprio e aos seus acólitos.

Penso também que jamais poderá pensar e muito menos dizer que os portugueses são um povo estúpido e atrasado, habituado a decisões unilaterais e lesivas para si, e que, até, talvez, já se tenha arrependido de dizer o que disse acerca das eleições e de muitos outros temas, como o custe o que custar.

Pedro bateu no fundo, tal como fez acontecer ao país que, todavia, através desse “povo estúpido”, “atrasado” e sem “orgulho próprio” lhe demonstrou, efectivamente, que as eleições o tinham lixado.

Pretendeu, quando já se conheciam os suficientes resultados dessa desastrosa ida às urnas para ele, que conhecia, enfim, o amargo sabor da derrota. E que derrota.

Mas, a maior de todas as derrotas sofridas, foi a de ter de reconhecer publicamente que a havia sentido na pele de modo irrevogável.  E logo havia de acontecer-lhe a ele, que se imaginava invencível.

Como de costume, tomou aqueles ares de “senhor”, cerrou os lábios, retirou a cábula do bolso e, muito rapidamente reconheceu ter sofrido o grande desaire da sua vida. (…) E logo ele, que, em seu entender, se tem comportado como um verdadeiro herói ante os fracos e como um “anjo” perante os “fortes”.

Três coisas não serão de estranhar. A saber:

1 – Que muito brevemente surjam novos cortes e impostos sobre os cidadãos de segunda B, que ousaram desafiá-lo, mais à sua autoridade absoluta (!!!), que ele quer absoluta e inabalável, pois a vingança serve-se fria!

2 – Sabe, desde o fatídico dia 29 de Setembro, que tem pela frente uma mais forte oposição, galvanizada pela “estrondosa” derrota infligida a si pessoalmente, mas também a toda a sua inexperiente “catraiada” que, apesar de tudo, tal como a Nau Catrineta, já muito tem que contar e que tentará voltar às boas graças com medidas avulsas que lixem cada vez mais os cidadãos.

3 - Sabe também que se não fosse o expresso apoio do senhor Silva não teria outra solução que mudar de rumo e de ares, uma vez que os de S. Bento parecem ser nocivos à sua saúde e estabilidade emocional. Mas sabe também que, agora, todo o passo em falso pode ser fatal para ele, pois tem uma oposição altamente reforçadas com a derrota que lhe aplicou.

Isto tudo porque a princípio, tratava-se apenas de umas eleições locais, na sua própria linguagem, passando depois a nacionais – como não podia deixar de ser – e que até na Madeira feudal, as coisas lhe correram da pior forma possível.

Há males que vêm por bem, lá diz o velho ditado; e o Pedro está a sentir na pele, ele que se imaginava um “super”, não passando, afinal, de um simples humano, e ainda por cima sensível à “korruptonite” que tanto o debilita.


Decididamente, ele não é um “messias”, antes talvez um enviado de ”satanás” desde as mais profundas entranhas do inferno que tem causado aos portugueses.

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