A hipocrisia, como a desonestidade ou a
corrupção, não admite gradação. Não há maior ou menor hipocrisia, assim como
não existe desonestidade mínima ou máxima, corrupção de grande ou pequeno
porte. Certa hipocrisia, por exemplo, não é maior nem menor que as denunciadas
na política. A sua desonestidade é tão grande como qualquer outra sonega
informações ou trata com privilégios certos pontos de vista sem a apresentação
equivalente do contraditório. E ela é cúmplice da corrupção quando, em nome de interesses políticos, elege a dedo
um caso e deixa de lado, acintosamente, todos os demais, que têm como
protagonistas os seus aliados.
Por tal motivo defendo a democratização plena
dos meios de comunicação, de modo a impedir que meia dúzia de famílias
portuguesas, afinadas ideologicamente em torno de interesses que não são os
nacionais, detenham o monocórdio poderr de distorcer factos a seu bel prazer.
Não vivemos no melhor dos mundos no Portugal
de hoje, longe disso. E se ninguém vive no melhor dos mundos na Terra de hoje,
de quem será a culpa?
Sem precisar de ser um especialista,m
qualquer leitor do planeta pode perceber
os sérios problemas que envolvem os actuais caminhos da humanidade. SDE nos
voltarmos para a economia veremos a derrocada de grandes países da Europa, com
seus índices expressivos de desemprego, a estrondosa desaceleração do império
americano, a previsível falência desse sistema integrado de mercados que
vincula os descalabros de grandes corporações bancárias à infelicidade dos
cidadãos de todo o mundo.
Não vivemos o melhor dos mundos em Portugal,
pela simples razão de que além de tudo o demais, os políticos mentem como “danados”.
Só a desfaçatez dos manipuladores da informação consegue não ver isso. Só essa
preocupação mórbida como as previsões catastróficas e terroristas pautadas
pelos patrões mediáticos (!!!) faz com que alguns profissionais trabalhem
sempre com meias verdades repletas de parcialidade.
Temos a “imprensa do tomate”, aquele que
preconizou uma inflação galopante a partir de um problema sazonal que envolvia
um único produto da mesa do português.
Temos a “imprensa” de analistas e especialistas
escolhidos a dedo para repetir as derrotas afirmadas pelo maior dos ícones da
democracia: o voto.
Afirmei e afirmo a minha independência quanto
a partidos políticos, nesse conturbado sistema que obriga a governabilidade a
criar “sacos de gatos”, mas também de “ratos” em que os princípios ideológicos
cedem a pragmatismos de ocasião. Afirmo, aqui inclusive, a minha insatisfação
em ver, mesmo sem ser estranho, os actores de sempre, aqueles mesmos que povoaram
gabinetes repressores da ditadura,
salões coloridos pouco respeitáveis ou festas do “meio”. Reafirmo aqui o
meu desconsolo com agremiações partidárias, cuja integridade é incompatível com
o sistema político vigente.
Nada disso, porém, me impede de me posicionar
a favor de medidas que se voltem para a diminuição das desigualdades sociais,
para o combate à miséria, para a dignidade do ser humano, para a afirmação
cidadã.
Céptico em relação à utopia, aplaudo, no
entanto, tido o que se aproxima da justiça social. Nesse sentido é que me
coloco a favor de medidas tomadas por alguns governos que sucederam, e
sucederão ao neoliberalismo.
Críticas, sempre as haverá, sobretudo
daquelas que sabem não ter razão mas tudo fazendo para nos tentar fazer crer
que a culpa é de alguém que a não tem
totalmente, tentando puxar a brasa à sua sardinha, sem todavia o conseguirem.
Bom! Cada um coloca os pontos nos “iii” do
modo que acha melhor para si e para os seus, mesmo sabendo estar a cometer
erros fatais para a sociedade em geral. Pelo menos coloco-os sempre, embora
saiba haver muita gente que se pensa boa que nunca escreve os iis com os
devidos pontos…
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