Número total de visualizações de páginas

domingo, 27 de outubro de 2013

«ADEUS JORNAIS IMPRESSOS»

Desde muito jovem que me habituei a ler determinado jornal desta velha e nobre cidade invicta – Porto – e, mesmo depois, quando frequentei estudos superiores, iniciados aos 17 anos de idade.

Jé nesse tempo o jornal apoiava as causas estudantis ditas de esquerda, que se juntavam para dar luta à ditadurea imposta pelo velho ditador Salazar

Até então e ainda durante anos, tratava-se de um jornal que conseguiu granjear o honroso títudo de “Jornal Dragão”, talvez porque apresentasse a sua primeira página em parangonas azuis e todo ele respeitava as cores da cidade banhada pelo Rio Douro,  da qualm tanto se orgulhavam, orgulham e orgulharão todos os “Tripeiros” e adeptos do FCP.

Foram tempos de amores pelo “JN”, que estampava na sua primeira página não só os desejos de todos os portuenses, como os de todos os portugueses.

Cativou-me ainda mais aquando da campanha eleitoral de Humberto Delgado, que todos pretendiamos ver eleito presidente, não deixando de sofrer alguns dissabores com a Pide e seus “bufos”, miseráveis esbirros de um regime bolorento ao qual “muito boa gente adereiu, filiando-se e entrando nos quadros da Pide” e que ainda hoje andam por aí.., razão pela qual Portugal e os portugueses não conseguem sair da cepa torta, devido à sempriterna presença desses “Vampiros que tudo sugam!!”.

Recordo-me de um amigo que militava nos quadros do “JN” e que, por se negar a retirar umas “vírgulas” de um artigo que escrevera, foi parar aos calabouços da Pide, na Rua do Heroísmo, necessitado de férias, como lhe disseram.

O “JN” era, então, não apenas um jornal de referência portuense, mas nacional. Um dos poucos que sabiam exercer condignamente o seu papel de informar devidamente pobres e ricos e era vê-lo em quase todas as mão e sobre as mesas de cafés de referência da cidade.

Um belo dia, manhã cedo, quis comprá-lo, respondendo-me a senhora do quiosque que “estava atrasado” naquele dia, quando o que realmente se passava é que tinha sido suspensa a edição.

Se era já o meu jornal preferido, como de muitos, para não dizer todos os da minha geração, consegiu cativar-me ainda mais. Porque, tudo e todos os que eram perseguidos pela Pide, tinha merecidamente toda a simpatia e interesse.

Passados uns anos, o “JN” abriu-se ao público, publicando “artigos” “escritos pelos cidadãos” que expunham as suas opiniões, coisa que deu um novo alento ao Jornal e cresceu, c omo merecia, tornando-se no jornal mais popular e mais lido no país sem qualquer favor, dando a conhecer que em Portugal e na cidade do Porto havia quem, e há, haverá sempre, quem se mantenha atento a tudo quanto se passa quer política quer socialmente.

Durante uns anos ewscrevi/emos como bem nos parecia, até que várias transformações aconteceram, talvez motivadas por tudo quanto se passa actualmente, e o “JN” decaíu, como outros decairam, levando a pensar que ou  muita coisa muda na direcção do Jornal ou dentro em breve passaremos a tê-lo apenas na Internet, o que será verdadeiramente lamentável.

Hoje, 27 de Outubro de 2013, tomei a triste decisão de cancelar a leitura do JN e de qualquer outro Jornal, pois jamais poderei colaborar com determinadas atitudes “reaccionárias” de indivíduos convidados para fazerem parte dos seus “novos” quadros de colunistas, apesar de continuar a respeitar o JN como o Jornal que comprei, que li e com quem “colaborei” durante mais de 60 amos.

Felicidades, “JN”!!!


Sem comentários:

Enviar um comentário