Desde muito jovem que me habituei
a ler determinado jornal desta velha e nobre cidade invicta – Porto – e, mesmo
depois, quando frequentei estudos superiores, iniciados aos 17 anos de idade.
Jé nesse tempo o jornal apoiava
as causas estudantis ditas de esquerda, que se juntavam para dar luta à
ditadurea imposta pelo velho ditador Salazar
Até então e ainda durante anos,
tratava-se de um jornal que conseguiu granjear o honroso títudo de “Jornal
Dragão”, talvez porque apresentasse a sua primeira página em parangonas azuis
e todo ele respeitava as cores da cidade banhada pelo Rio Douro, da qualm tanto se orgulhavam, orgulham e
orgulharão todos os “Tripeiros” e adeptos do FCP.
Foram tempos de amores pelo “JN”,
que estampava na sua primeira página não só os desejos de todos os portuenses,
como os de todos os portugueses.
Cativou-me ainda mais aquando da
campanha eleitoral de Humberto Delgado, que todos pretendiamos ver eleito
presidente, não deixando de sofrer alguns dissabores com a Pide e seus “bufos”,
miseráveis esbirros de um regime bolorento ao qual “muito boa gente adereiu,
filiando-se e entrando nos quadros da Pide” e que ainda hoje andam por aí..,
razão pela qual Portugal e os portugueses não conseguem sair da cepa torta,
devido à sempriterna presença desses “Vampiros que tudo sugam!!”.
Recordo-me de um amigo que
militava nos quadros do “JN” e que, por se negar a retirar umas “vírgulas” de
um artigo que escrevera, foi parar aos calabouços da Pide, na Rua do Heroísmo,
necessitado de férias, como lhe disseram.
O “JN” era, então, não apenas um
jornal de referência portuense, mas nacional. Um dos poucos que sabiam exercer
condignamente o seu papel de informar devidamente pobres e ricos e era vê-lo em
quase todas as mão e sobre as mesas de cafés de referência da cidade.
Um belo dia, manhã cedo, quis
comprá-lo, respondendo-me a senhora do quiosque que “estava atrasado” naquele
dia, quando o que realmente se passava é que tinha sido suspensa a edição.
Se era já o meu jornal preferido,
como de muitos, para não dizer todos os da minha geração, consegiu cativar-me
ainda mais. Porque, tudo e todos os que eram perseguidos pela Pide, tinha
merecidamente toda a simpatia e interesse.
Passados uns anos, o “JN”
abriu-se ao público, publicando “artigos” “escritos pelos cidadãos” que
expunham as suas opiniões, coisa que deu um novo alento ao Jornal e cresceu, c
omo merecia, tornando-se no jornal mais popular e mais lido no país sem
qualquer favor, dando a conhecer que em Portugal e na cidade do Porto havia
quem, e há, haverá sempre, quem se mantenha atento a tudo quanto se passa quer
política quer socialmente.
Durante uns anos ewscrevi/emos
como bem nos parecia, até que várias transformações aconteceram, talvez
motivadas por tudo quanto se passa actualmente, e o “JN” decaíu, como outros
decairam, levando a pensar que ou muita
coisa muda na direcção do Jornal ou dentro em breve passaremos a tê-lo apenas
na Internet, o que será verdadeiramente lamentável.
Hoje, 27 de Outubro de 2013,
tomei a triste decisão de cancelar a leitura do JN e de qualquer outro Jornal,
pois jamais poderei colaborar com determinadas atitudes “reaccionárias” de
indivíduos convidados para fazerem parte dos seus “novos” quadros de colunistas,
apesar de continuar a respeitar o JN como o Jornal que comprei, que li e com
quem “colaborei” durante mais de 60 amos.
Felicidades, “JN”!!!
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