Normalmente, nem o homem nem a mulher são
entregues à solidão, seja pela viuvez ou por outro qualquer motivo.
Quando, no entanto, morre ou “o pai ou a mãe”
de um país, apesar de tudo, sabemos que toda a “família” fica irremediavelmente
atingida. Para aqueles que sempre viveram para o oportunismo, para a corrupção
e outras “virtudes” reais
. . , é o mundo que se acaba.
Deixam de possuir aqueles encostos que lhes
garantiam todo o bem-estar que sempre recusaram aos outros e, mesmo sabendo
que doravante não voltarão a sentir a mesma alegria, o que, se lhes nãom é concedido, pode fazer deles seres
diminuídos, atrofiados, entregues a um humor malsão que, uns tempos depois, os
tornarão inaptos à chamada verdadeira felicidade.
Na região entre o Douro e o Minho, o
designado Condado Portucalense, Afonso Henriques decidiu obter a independência
em relação ao reino de Castela e, da aglutinação dos nomes de duas localidades
separadas pelo Douro, criar aquele que é hoje o mais antigo país da Europa,
cujos actuais “senhores” estão a colocar de pantanas, rendendo a mais vil
vassalagem a visigodos, gauleses e espanhóis, em especial, caindo na mais
humilhante falta de autonomia de que há memória.
Quem fomos e o que somos? Quem são estes “patriotas”
que preferem viver nas boas graças dos estrangeiros,m enquanto se divertem a
massacrar os seus concidadãos?
E hoje, os portugueses, ou lusitanos, vêm-se
de novo sem a sua autonomia e dentro da maior solidão desde há pelo menos há 40
anos, isto é, desde Abril de 1974, data em que foi colocado o ponto final, ou
imaginário ponto final, a toda a repressão que até então havia dominado o país.
Por tal motivo falo e afirmo que essa é a
maior desgraça que pode ter atingido a Lusitânia.
De todos os males que podem transformar um “lar”
e destruir a unidade de uma nação, não conheço nenhum outro pior que o divórcio. Divórcio entre um povo e o
seu país, considerando-o pior e mais desastroso que a própria morte.
Afirmam os arqueólogos haver suficientes
provas da presença, na Lusitânia, de demonstrações da existência de figuras
rupestres, de pegadas de dinossauros ou de outras bestas do neolítico e outras
idades, algumas delas bem recentes que, quando a eles se referem, os romancistas,
os sociólogos, os juristas, os arqueólogos pensam e escrevem, instintivamente,
em função do mundo actual. E têm toda a razão, pois o que será das crianças,
dos velhos e dos desempregados de longa duração com tanto animal a
malatratá-los?
Sem qualquer dúvida que ou mudam já,
urgentemente, os portugueses, ou dentro de pouco tempo se sentirão como esses
camelos cujas bossas furararm em pleno deserto.
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