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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quando for velhinha

Como agora os pais não podem castigar os filhinhos desobedientes, nem com punição nem com uma chinelada ou bofetada ou sapatada, para aprenderem a respeitar… veremos, então, em muitos casos, os pais serem repreendidos e punidos. Então, é fazer o que esta velhinha pensa.

O único problema é que eles podem interná-la num lar antes.

«Quando for velhinha, viverei uma temporada com cada filho… dar-lhes-ei tanta felicidade.

Quero devolver toda a alegria que me deram, retribuindo e agradecendo. Ficarão tão emocionados…

Escreverei nas paredes com lápis de cor, saltarei sobre as camas com os sapatos calçados.

Brincarei às casinhas com todas as cobertas da casa, beberei o leite directamente do pacote e entupirei asanita com papel higiénico.

Quando estiverem ao telefone e não me virem, vou virar tudo ao contrário. Apontar-me-ão o dedo e farão sinais com a cabeça. Farei cara de “não fui eu” e fingirei estar ofendida.

Quando fizerem a comida e me chamarem para a mesa, demorarei, só para os deixar nervosos.

Não comerei os legumes e direi que a comida não presta, engasgar-me-ei com os cereais, entornarei o copo da água, do leite na toalha da mesa. Quando se aborrecerem, chorarei até eu desesperem. Só quero ver as caras deles, e delas…

Sentar-me-ei junto da televisão, mudarei de canal muitas vezes, até encontrar um programa que mais detestem e cuzarei os olhos para ver se fico vesga. Sairei sem a desligar. (He-he-he!)

Antes de me deitar, iei beber o meu copo de leite e deixarei a porta do frigorífico aberta, as luzes acesas e os sapatos e meias no meio da cozinha.

Falarei ao telefone, com as minhas amigas, mais de meia hora com cada uma, contando-lhes tudo.

Procurarei que faça tudo por mim e, como não apanharei as coisas do chão, não me importarei se alguém tropeçar nos sapatos.

Se me pedirem um favor, responderei: “Já vou!”. Mais tarde, já na cama, espreguiço-me, dou um suspiro, cantarei a minha canção preferida e colarei o chiclete debaixo da cama.

Agradecerei a deus numa oração e fecharei os olhos. Meus filhos irão ver-me, sorrindo, sairão devagarinho e dirão: “É tão meiga quando está a dormir!”

Pergunto a mim mesma: “Acharão garaça ou começarão a procurar um lugar onde haja outras mães que fazem o mesmo que eu?”

Não importa. O importante é que tenha podido devolver-lhes as alegrias que me deram quando pequenos!»

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