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terça-feira, 5 de março de 2013

"O País não aguenta, não aguenta, não aguenta" mais austeridade


O fundador do CDS e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de José Sócrates, Diogo Freitas do Amaral, defende, numa entrevista ao Diário Económico, que os cortes de 4 mil milhões no Estado Social devem ser feitos ao nível das reduções salariais na Função Pública, deixando, assim, intactas as prestações sociais e as reformas. Traçando um diagnóstico à situação do País, no entender de Freitas do Amaral, “a sensação é que este Governo é mais ‘troikista’ que a troika”, e afiança ainda
“O País não aguenta, não aguenta, não aguenta [mais medidas de austeridade]”. A afirmação pertence ao fundador do CDS, Diogo Freitas do Amaral, e contrasta assim com aquela, famosa, da autoria do presidente do BPI, Fernando Ulrich, que há uns meses garantia: “Ai aguenta, aguenta”.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Executivo liderado por José Sócrates advoga, em entrevista publicada na edição desta terça-feira do Diário Económico, que os cortes de 4 mil milhões de euros que o Governo quer levar a cabo nas funções sociais do Estado devem ser executados no que a reduções salariais na Função Pública diz respeito, e não através das prestações sociais ou das reformas. 

“A Constituição deve ter um núcleo essencial de Estado Social intocável”, comenta ainda o político a este propósito.

“A sensação é que este Governo é mais ‘troikista’ que a troika”, tendo aproveitado o acordo “para ir mais além do que era imposto, quando o que se devia era fazer uma interpretação do memorando que permitisse executá-lo pela forma menos prejudicial ao povo”, assinala Freitas do Amaral.

Por outro lado, o antigo governante poupa a críticas o Presidente da República, Cavaco Silva. “Se [Cavaco] fosse uma pessoa vingativa, ou que gostasse de andar a fazer intrigas já estava a colocar mensagens em todos os jornais contra o Governo. E não está”, salienta Freitas do Amaral, acrescentando que “o Executivo não tem ouvido as mensagens” do chefe de Estado.

O político faz sobressair também o facto de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e de o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, terem “afastado Portas [actual ministro dos Negócios Estrangeiros] da Europa”.

Ao mesmo tempo, Freitas do Amaral tece considerações menos elogiosas para com José Sócrates, considerando que o ex-líder do Governo socialista “já devia ter assumido as suas culpas nesta crise”.

N. M.


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