Povo marcado. Vida de gado. Povo feliz e o melhor do
mundo, não é?
As vacas dos políticos dão crias 24 horas por dia. Haja
erva e gentes besta em Portugal, do Minho ao Algarve e regiões autónomas! Uma
qualidade admiro em vós: o conhecimento da alma humana. Sabem manipular as
pessoas, as ambições, os pecados e as fraquezas.
Do menino ingénuo – que acreditava
na pureza necessária de uma política de oposição, construiu uma trajectória,
construiu uma trajectória de causar inveja a todos os homens de bem que se
acobardam w não aprendem nunca a ousar como os corruptos e ladrões.
Os senhores são homens
ousados. Compreenderam, a determinado momento, que a vitória não pertence aos
homens de bem, desarmados da fúria do desatino, que é vencer a qualquer preço.
Resolvem armar-se, seja qual for o preço, o senhor Silva, o senhor Pedro e
tantos outros, nunca poderiam ser os gladiadores que lutassem contra as
desigualdades de forças e dinheiros.
Decidiram combater o povo da Lusitânia de peito aberto, descobriram atalhos, mil artifícios para os vencer, e, quem sabe, um dia derrotariam todos eles, os emplumados que tinham empregados cujo serviço exclusivo era abanar, durante horas um imenso leque sobre os empregados e logo desempregados para que pelo menos não fossem picados pelo mosquito do dengue, para que não mordessem tez rósea dos seus donos: quem sabe se um dia a alavanca da política, certamente não seriam os únicos engenhos de seus pais, humildes, que costumavam ir buscar dinheiro aos prados para pagar a educação de seus filhos, e tiravam o chapéu aos poderosos e perigosos de então.
Os senhores sonhavam ser big shots, a qualquer preço. Venderam a
alma, como Fausto de Goeth, pediram a fama e a riqueza, em troca.
Muitos de vós representam tudo o que de mais vergonhoso existiu
nos tempos da ditadura salazarista e há quem diga, que, analfabetos de raro
polimento, intuitivos. Que nunca leram nenhum autor de economia, sociologia ou
direito, que os vossos colegas da universidade diziam isso. Que dirá o senhor
Relvas, que, ao que parece, nunca lá andou? Que leu ele?
Longe de ser um demérito, essas espessa ignorância literária faz
sobressair ainda mais, o vosso talento de vencedores.
Existe uma grande diferença entre vós e o nobre povo português,
que se nota quer na honestidade e seridade, como na coragem com que enfrenta
todos os martírios que lhes são impostos por políticos desnaturados como os
senhores.
Deveria ser esse mesmo povo a ser recebido em palácios, em mansões
de milionários, não os senhores políticos que passam a vida a roubá-lo, a
espoliá-lo e a destruir tudo quanto foi construído pelo povo, com todos os seus
sacrifícios, e que hoje pretendem entregar a amigos, não menos oportunistas que
os senhores.
Machado de Assis, por ingénuo, disse pela boca de um dos seus
personagens: “A alma terá, como a terra, uma túnica incorruptível.” Mais
adiante, porém, face à inexorabilidade do destino do desonesto, advertia: “Suje-se
gordo! Quer sujar-se? Suje-se, gordo!”.
No vosso mandato, nascia um Pedro globalizado, gerente de
resultados, ambição à farta, enterrando, pouco a pouco, todos os escrúpulos da
consciência. No seu caso, nada sobrou do naufrágio das ilusões de rapaz, de
moço. Nem sequer a vergonha na cara.
E fez uma campanha rica e impressionante, recheada de mentiras,
porque entre os seus eleitores havia pobres trabalhadores deslumbrados, a
segui-lo nas estradas poeirentas de Portugal, extasiados com a sua intrepidez
em ganhar a qualquer preço. O tal destemor do alpinista, que ou chega ao topo
da montanha e tudo é seu, montanha e glória – ou morre. Ou mesmo jogador de
póquer, que faz bluf e não treme, blufa rindo, e cujos olhos indecifráveis
intimidam o adversário. E joga tudo. E vence. No bluf.
O senhor Pedro, e seus seguidores, como o senhor Silva, não
possuem alma, só apetites. E quem, na política portuguesa, a tem?
Quem em Belém ou em S. Bento, centro das grandes picaretagens
nacionais, atende no seu comportamento a razão dos objectivos de interesse
público?
Quem sente autoridade moral para cobrar coerência de princípios? O senhor Silva, que sabe apenas remeter-se a longos tabus? O senhor Pedro que taxou, com seu seguidor Gaspar os aposentados, que não o eram, e que vivem em profunda miséria e na mais vil das fomes a que qualquer ser humano pode ser sujeito?
Quem sente autoridade moral para cobrar coerência de princípios? O senhor Silva, que sabe apenas remeter-se a longos tabus? O senhor Pedro que taxou, com seu seguidor Gaspar os aposentados, que não o eram, e que vivem em profunda miséria e na mais vil das fomes a que qualquer ser humano pode ser sujeito?
No velho dizer dos canalhas, todos fazem isso; mentem, roubam,
traem. Assim, senhores políticos da actual maioria, os senhores são apenas os
mais espertos de todos, que, mesmo com factos gritantes de improbidade, de
desvio de conduta pública e privada, têm a quase unanimidade do povo lusitano
contra a vossa presença nos lugares que ocupam.
Razão pela qual, ponderadas as situações todas, apenas vos resta
um caminho. A demissão e o abandono do poder, para o qual já perderam toda a
legitimidade.
Os portugueses saberão agradecer-vos que abandonem rapidamente os
lugares que ocupam indevidamente. Podem crer!


Sem comentários:
Enviar um comentário